PUBLICIDADE

Fãs fazem vaquinha para trazer banda da Suécia

Por Bruno Boghossian
Atualização:

Quer ver a apresentação de uma banda ao vivo, mas ela não vai à sua cidade? Tente comprar o show. No Rio, um grupo de amigos arrebanhou 60 fãs do trio sueco Miike Snow e fez uma "vaquinha" para pagar o cachê do grupo, que vem ao Brasil para tocar em São Paulo (22/9), Porto Alegre (23/9) e Recife (24/9). Depois de arrecadarem R$ 20 mil, com o apoio de quatro empresas, conseguiram fechar uma apresentação da banda no Circo Voador no dia 20.O objetivo era evitar que mais um artista internacional de pequeno porte se afastasse dos palcos cariocas devido ao receio de falta de público e de prejuízo para os produtores de eventos. Saltando uma etapa, os cinco amigos começaram uma campanha para dividir os custos do show e pediram que cada fã pagasse R$ 200 para garantir a apresentação da banda de electropop no Rio. Como o objetivo não é ter lucro, se o valor obtido com a venda de ingressos superasse os custos do show, os "investidores" seriam reembolsados."O maior lucro que a pessoa pode ter é ir ao show de graça. E o pior que pode acontecer é que 60 fãs paguem R$ 200 pelo ingresso. O risco do projeto é só esse", avalia o jornalista Bruno Natal, que capitaneou o projeto ao lado do produtor Pedro Seiler, do fotógrafo Lucas Bori, e dos diretores Tiago Lins e Felipe Continentino.A repercussão do projeto e a vontade de trazer a banda ao Rio eram tão grandes que, em pouco mais de 24 horas, o grupo já tinha conseguido o valor necessário. Como quatro patrocinadores se dispuseram a associar suas marcas ao projeto, pagando R$ 2 mil cada, será necessário vender apenas 480 ingressos (a R$ 50 cada) para reembolsar os 60 participantes da vaquinha e pagar os custos dos equipamentos de som, iluminação e segurança.Responsável pela programação do Circo Voador, o produtor Alexandre Rossi abraçou a proposta e passou a apostar no modelo como uma nova maneira de promover a realização de shows na cidade."Muita gente gasta R$ 400 para viajar a São Paulo para assistir a um show e nem imagina que pode fazer algo assim", afirma. "É a primeira vez que eu vejo uma proposta desse tipo partir do público. É um modelo que pode ser aplicado em outros casos, porque, se nós não fizermos isso, não há renovação no Rio e esse tipo de atividade vai acabar."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.