Fãs fazem fila para comprar cópias do "último" Tolkien

Leitores estavam ansiosos para comprar última obra, publicada postumamente

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Por Agencia Estado
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Fãs inveterados do escritor J.R.R. Tolkien fizeram fila na terça-feira, 17, para comprar edições especiais de um "novo" livro do autor de O Senhor dos Anéis, que chegou às livrarias 34 anos após sua morte. Centenas de exemplares de The Children of Hurin autografados pelo filho e executor literário de Tolkien, Christopher Tolkien, foram postos à venda em Londres e Nova York. Os leitores estavam ansiosos para comprar o que talvez seja a última obra acabada de Tolkien a ser publicada postumamente. O turista russo Dmitry Bannikov, de Moscou, que liderava a fila de 50 pessoas diante da livraria Barnes & Noble na Quinta Avenida, em Manhattan, comentou: "Tolkien é minha infância, é todo um mundo diferente, e sou fã dele desde que me recordo como gente." Bannikov disse que chegara à loja às 20h da noite anterior, mas, como não havia mais ninguém, retornara às 4h da terça-feira. Sua amiga Yekaterina Shineleva, 24, estudante moscovita que vive em Nova York, fazia fila com ele. Os dois se conheceram pela Internet e se tornaram amigos em função de seu amor por Tolkien. Uma porta-voz da HarperCollins, a editora britânica das obras de Tolkien, disse que Christopher autografou 750 exemplares do livro. O ilustrador Alan Lee, que ganhou um Oscar por seu trabalho nos filmes da trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson, também autografou cópias do livro. A tiragem mundial inicial para a edição em capa dura do livro é de 500 mil exemplares. Crítica dividida Embora a história de Turin, sua irmã Nienor e a maldição que lhes é rogada pelo primeiro Senhor das Trevas Morgoth seja implacavelmente sombria, os editores apostam na base internacional de fãs de Tolkien para fazer da obra um sucesso. As primeiras resenhas de The Children of Hurin variam de tom. "Espero que sua universalidade e seu poder lhe confiram um lugar próprio na mitologia inglesa", escreveu o crítico Murrough O´Brien no jornal Independent on Sunday. Mas Tom Deveson, do The Sunday Times, foi implacável, falando de "páginas de debilidade auto-indulgente." "Os fãs sem dúvida continuarão a leitura com devoção apaixonada, mas, para outros, trata-se de um ato de penitência dolorosa", disse ele. Christopher Tolkien construiu o livro, cuja história já tinha aparecido em forma fragmentada em outra publicação póstuma intitulada O Silmarillion, a partir dos manuscritos deixados por seu pai. Ele e os editores querem desfazer as desconfianças de que o lançamento de The Children of Hurin seja uma tentativa de lucrar com a base de fãs de Tolkien, que cresceu consideravelmente desde que a trilogia cinematográfica começou, em 2001.

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