Faoro chega cedo para posse na ABL

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Por Agencia Estado
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O historiador e jurista Raymundo Faoro chegou hoje à Academia Brasileira de Letras (ABL) às 19h45, uma hora e quinze minutos antes da hora marcada para sua posse na cadeira número 6, anteriormente ocupada pelo jornalista Barbosa Lima Sobrinho. Faoro vestia o fardão que ganhou da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da qual foi presidente entre 1977 e 1979, durante a abertura política. "Vou fazer um discurso curto porque nem todo o tempo do mundo seria suficiente para falar de toda a minha admiração por Barbosa Lima, com quem lutei lado a lado, eu na OAB e ele na Associação Brasileira de Imprensa (ABI)", disse Faoro, que foi modesto. "Não vou substituir Barbosa Lima porque isso é impossível. Vou sucedê-lo. Me deixei seduzir pela oportunidade de suceder alguém tão importante quanto Barbosa Lima." Faoro, que foi eleito há dois anos, mas não tomou posse antes por problemas de saúde, negou que a cerimônia pudesse se transformar num ato político de apoio ao candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é eleitor declarado. "O Lula é um homem de muita finura, mesmo não sendo um acadêmico. Ele não deixaria que isso acontecesse nem tampouco o presidente dessa casa, Alberto da Costa e Silva", afirmou o novo acadêmico, vendo chegar o presidente da ABL. Até as 20h30, 26 imortais haviam chegado para a posse, inclusive o advogado Evandro Lins e Silva, companheiro de lutas políticas de Faoro e responsável pelo discurso de boas-vindas. Entre as mulheres, Zélia Gattai e Nélida Piñon - sem o fardão - haviam chegado.

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