Fantasia para adultos

Pablo Berger fala da 'Branca de Neve' que Almodóvar considerou o filme do ano

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Contos de fadas voltaram e após a Branca de Neve de Kristen Stewart, com Charlize Theron como a madrasta, e a de Lily Collins, com Julia Roberts na pele da malvada, chega a espanhola de Macarena García, com Maribel Verdú como a rainha do mal. Há duas semanas, em visita a São Paulo, o diretor Pablo Berger observou para o repórter que Maribel, uma estrela na Espanha, com mais de 100 filmes no currículo, nunca havia feito uma vilã. "Ela adorou", disse o diretor.Pare de zoar a Espanha. Na última sexta, estreou o novo filme de Pedro Almodóvar, ruim demais, e até a seleção espanhola, favorita na Copa das Confederações, sofreu uma derrota acachapante para o Brasil. Eis que a Blancanieves de Pablo Berger chega para repor no alto o pavilhão da Espanha. Até Almodóvar, em seu blog, saudou o filme como o melhor feito no país no ano passado. Mas só Berger sabe como foi difícil concretizar o projeto, que consumiu oito anos de sua vida.Mas é provável que, para o público, Branca de Neve seja visto como mais um nessa tendência de filmes mudos e em preto e branco - depois de O Artista, do francês Michel Hazanavicius, que ganhou o Oscar no ano passado, e Tabu, do português Miguel Gomes, que estreou na semana passada. Exatamente há dez anos, em 2003, Berger virou a sensação do cinema espanhol com um filme que venceu os principais Goyas do ano - Torremolinos. Berger havia arriscado, e vencido. Aos 30 anos, com um filme sobre o universo do pornô - cenas de sexo explícito de tudo -, ele fez sensação.Berger podia tudo, ou assim pensou. Mas bastou ele anunciar o que queria fazer - uma Branca de Neve para adultos, ambientada no universo das touradas, em P&B e sem diálogos, para começar o tormento. Foram oito anos de luta. Ele nunca desistiu. "Sou basco, portanto, obstinado." Fez, e venceu de novo. Blancanieves ganhou o Goya do ano.

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