Família recriada

Peça 'Memória da Cana' é uma releitura de 'Álbum de Família', de Nelson Rodrigues

PUBLICIDADE

Por Luís Souza
Atualização:

Newton Moreno pode ainda não ser conhecido pelo grande público, mas ele está por trás de alguns dos maiores êxitos dos palcos em São Paulo. Memória da Cana, que estreia na segunda-feira, 29, vem se juntar a 'Agreste' e 'As Centenárias', dois sucessos - de crítica e público - com texto de Moreno que estão atualmente em cartaz.

 

PUBLICIDADE

'Memória da Cana' é uma potente releitura da 'Álbum de Família', de Nelson Rodrigues, realizada pelo grupo de Moreno, ‘Os Fofos Encenam’. O texto faz parte das tragédias míticas de Nelson. A história de uma família que rompe as barreiras do incesto representaria a decadência da civilização e uma volta à natureza selvagem. Na adaptação de Moreno, o cenário passa a ser um engenho nordestino de cana-de-açúcar.

 

Serviço

 

Onde: Espaço dos Fofos Encenam (110 lug.). R. Adoniran Barbosa, 151 (travessa da R. Jaceguai, em frente ao Teatro Oficina), Bela Vista. 3101-6640. Quando: 6ª e sáb., 21h, dom., e 2ª, 19h. Até 2/11. Quanto: R$ 16. Estreia 2ª (29).

 

O álbum de Moreno

 

Por que ‘Álbum de Família’?

 

Sempre fui fascinado pelo texto e, ao ler a obra de Gilberto Freyre, vi semelhanças entre a obra de Nelson Rodrigues a visão de sociólogo. Assim, percebi que era possível fazer uma adaptação. Como a memória dos atores entrou no processo? Quase todos do grupo têm família nordestina, e, por isso, lembranças familiares foram usadas para criar os personagens. Alguns elementos de cena pertenceram a essas famílias.

Publicidade

 

Você trabalha muito com o imaginário nordestino.

 

Sou pernambucano e tive a sorte de conhecer de perto essa cultura, que é muito rica. Seja em comédias como ‘As Centenárias’ ou tragédias como ‘Agreste’ e ‘Memória da Cana’, sempre busco preservar esse imaginário.

 

Uma versão da peça foi apresentada no início do ano. O que mudou?

 

Na ocasião, mostramos o processo de criação. Agora, afinamos tudo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.