Família nega doação de biblioteca de Roberto Campos

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A família do economista Roberto Campos nega que tenha acertado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a doação de sua biblioteca particular com cerca de 6.500 mil volumes distribuídos entre seu apartamento, em Copacabana, na zona sul do Rio e seu escritório, no centro da cidade. Campos morreu há um mês e, esta semana, o banco divulgou que seria o guardião da coleção, a ser transformada em biblioteca pública, mas os descendentes do economista (a viúva, Stella, três filhos e cinco netos) continuariam proprietários do acervo. "Realmente, a preferência é pelo BNDES, do qual Roberto Campos é o fundador e primeiro diretor-superintendente, mas há outras cinco propostas de compra, duas de universidades particulares do Rio (uma seria a UniverCidade) e três de colecionadores de São Paulo", explicou o assessor de imprensa da família, Olavo Luz. "Em vida, ele havia dito que gostaria que sua biblioteca permanecesse no Rio, cidade que elegeu para viver (Campos era de Mato Grosso). Só está decidido que uma comissão do banco vai examinar o acervo na próxima semana. Acredito que em 30 dias tudo esteja resolvido." Segundo o BNDES, há duas semanas houve uma oferta da família para o banco ficar com a biblioteca. Na ocasião, não se falou em dinheiro, mas Olavo Luz lembra que, quando uma coleção muda de dono, há uma compensação financeira. O editor José Mário Pereira, da Topbooks, que editou os últimos livros de Campos, disse ter avaliado o acervo em torno de R$ 200 mil, a pedido do filho do economista." De qualquer forma, o presidente do BNDES, Francisco Gros só chega do Japão na sexta-feira e qualquer decisão fica adiada para a semana que vem. Campos não era colecionador de livros, mas era um leitor voraz. Como foi embaixador do Brasil durante muitos anos, em Washington e Londres, estabeleceu relações com John Kennedy, Henry Kissinger, Margareth Tatcher, Conrad Adenauer, entre outros, que lhe enviaram os livros autografados. "Não são assinaturas raras, só têm valor por serem endereçadas a Roberto Campos", ressalta Pereira. "O mais importante na biblioteca é que ele sempre escreveu a lápis e começava seus livros e artigos com anotações nas margens dos livros. Através de sua biblioteca se poderá conhecer sua biografia."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.