
07 de janeiro de 2011 | 10h33
O filme que, a princípio, poderia levar o espectador a achar que se trata de um dramalhão denso e melancólico, passa a ganhar contornos mais leves e palatáveis quando a filha Simone (papel muito bem interpretado pela jovem Morgana Davies), de apenas 8 anos, com sua maturidade e alegria, passa a acreditar que o espírito do pai incorporou na grande figueira. Aos poucos, a mãe começa a retomar a vida, arruma um emprego (até então ela não trabalhava) e, quem sabe, também encontrar um novo amor.
Como um fantasma, no entanto, a árvore parece assombrar a família. Galhos que se desprendem e destroem partes da casa, e as raízes que cresceram demais e passam a prejudicar as tubulações de esgoto e água são apenas alguns dos problemas causados pela árvore. Nada disso parece incomodar a garota e, posteriormente, a mãe, que embarca na fantasia da filha. Simone acha que pode ouvir a voz do pai saindo da figueira.
A imensa árvore funciona no longa como uma metáfora daquilo que a família perdeu e não conseguiu esquecer. A figueira já está morta e deve ser cortada, pois há o risco de cair em cima da casa e matar todos. O pai já morreu, mas para eles não está sendo fácil superar essa perda. O longa é carregado de emoção, sem ser piegas. O ritmo da narrativa pode cansar alguns espectadores, já que é lento e demora a dizer a que veio o filme. "A Árvore" é dirigido por Julie Bertucelli (de "Desde que Otar Partiu"), baseado no livro "Our Father Who Art in the Tree", de Judy Pascoe. As informações são do Jornal da Tarde.
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