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Família de Victor Hugo destila fúria

Os descendentes de um dos principais escritores franceses estão indignados com o fato do romance Os Miseráveis, de 1862, estar ressuscitando nas páginas de uma continuação não autorizada

Por Agencia Estado
Atualização:

Primeiro aconteceu com Margareth Mitchell (E o Vento Levou), e agora com Victor Hugo. Seus descendentes, furiosos com uma continuação feita recentemente de seu romance de 1862 Os Miseráveis, pediram nesta terça-feira à França e ao Parlamento Europeu que condenem o uso indevido das obras clássicas da literatura. É que Os Miseráveis estão ressuscitando nas páginas de uma continuação não autorizada. Lauretta Hugo e seus cinco filhos, que são tataranetos do famoso romancista sugeriram que a editora Plon deveria ser julgada nos tribunais por usar o patrimônio literário francês como trampolim para vender novos livros. "Seria possível alguém ordenar uma 10.ª Sinfonia de Beethoven?" perguntaram em uma carta aberta. Eles ameaçam exigir da editora US$ 600 mil por danos e prejuízos, sustentando que o autor da continuação, François Ceresa, violou uma lei francesa que protege a integridade das obras de arte. Querem ainda tirar de circulação a obra Cosette e o Tempo das Ilusões. A editora causou um escândalo no início do mês ao lançá-la no mercado, como um livro cheio de ação e aventura e modificando o destino do personagem Javert. Os descendentes do escritor publicaram um carta aberta no jornal Libération e também enviaram uma carta ao presidente Jacques Chirac e aos ministros de Cultura e Educação da França e ao Parlamento Europeu com a esperança de que se pronunciem contra a continuação do famoso romance de Victor Hugo. "Cremos que seria útil levar aos tribunais os responsáveis por esta publicação, para que isto sirva a um propósito moral e simbólico" escreveram, acrescentando que o dinheiro arrecadado com o livro poderia ser doado a instituições de caridade.

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