Família de guitarrista morto critica falta de segurança

Pai de Rodrigo Netto disse que não se pode chorar direito a morte de alguém porque, em pouco tempo, já tem que se fazer o mesmo por outra pessoa

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Por Agencia Estado
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Familiares de Rodrigo Netto, de 29 anos, guitarrista do grupo de rock Detonautas, morto em uma tentativa de assalto na zona norte, criticaram, na missa de sétimo dia, a ação da polícia e a falta de segurança na cidade. Durante a celebração, que reuniu cerca de 250 pessoas na Igreja São João Batista, em Botafogo, zona sul, o sacerdote, padre Sérgio Muniz, também fez menção ao assunto. "O que os nossos olhos vêem hoje são barbárie e violência", declarou. Pai de Rodrigo, o taxista Gilberto Netto disse que está "fazendo o que pode" para suportar a morte do filho. Afirmou, porém, que hoje em dia não se pode chorar direito a morte de alguém porque, em pouco tempo, já tem que se fazer o mesmo por outra pessoa, devido aos episódios freqüentes de violência. "Hoje não há nenhuma esperança de que a gente possa parar de chorar um dia." Irmã do guitarrista, a estudante Paula Peres, de 23 anos, leu um texto ao fim da missa, agradecendo o apoio de todos. Sobre a polícia, disse: "Depois que a coisa acontece a resposta é muito boa. Agora vai ver depois de duas semanas... Vão ficar nisso até tomar vergonha na cara." Durante toda a celebração, Paula permaneceu ao lado da avó, Maria, de 87 anos, que estava muito emocionada. Na noite do assassinato, ela estava com o neto e Rafael, irmão de Rodrigo, dentro do carro interceptado por quatro bandidos, na avenida Marechal Rondon, no Rocha. A polícia prendeu dois adolescentes que participaram do crime. Dois outros envolvidos estão sendo procurados.

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