Falta de luz na Cinemateca põe em risco acervo da instituição

Neste sábado, 27, falta de energia no bairro Vila Mariana pôs em risco o acervo da instituição, que sofre com a falta de repasses do governo federal

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O bairro Vila Mariana, onde está localizada a Cinemateca Brasileira, sofreu com a falta de luz na manhã deste sábado, 27. O fato despertou preocupação: o gerador de energia da instituição apresenta problemas, o que colocou em risco o seu acervo — o maior de audiovisual da América Latina, com cerca de 250 mil rolos de filmes, além de mais de um milhão de documentos.

Fachada da Cinemateca Brasileira, em São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

PUBLICIDADE

O local ficou sem luz das 10h às 14h. Sem o auxílio do gerador, uma interrupção mais demorada do funcionamento do sistema de climatização pode levar ao aumento da temperatura e da umidade do ambiente, danificando os negativos de acetato de celulose. 

Um dos organizadores das recentes manifestações em defesa da instituição, o cineasta Roberto Gervitz considera o episódio deste sábado "um sinal de alerta de que a situação da Cinemateca está cada vez mais crítica".

Por conta de um impasse com o governo federal, nenhuma parcela do repasse previsto de R$ 12 milhões para a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), organização social que gerenciava a Cinemateca, foi depositada. 

Cineastas, produtores e cinéfilos pedem socorro à Cinemateca em manifestação em 4 de junho de 2020. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em 12 de junho, funcionários ligados à associação decidiram entrar em greve, com o intuito de pressionar o conselho administrativo a resolver a sua situação, já que estavam sem receber os salários desde abril.

"A Cinemateca precisa de oxigênio; é como se estivesse com covid-19, sem respirador artificial", comenta Gervitz, ressaltando que a instituição precisa de soluções imediatas para saldar dívidas, restaurar brigadas contra incêndio, retomar a vigilância e garantir que a energia não seja cortada por falta de pagamento.

No dia 18 de junho, a instituição chegou a  ganhar alívio no prazo da cobrança de luz. Por meio de negociação feita pelo vereador de São Paulo Gilberto Natalini, terá prazo maior para quitar as dívidas antes de ter a energia elétrica cortada.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.