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Falta de educação torna livros desnecessários, diz Bradbury

O escritor norte-americano de ficcção científica participou de videoconferência organizada pela Feira Internacional do Livro de Buenos Aires

Por Agencia Estado
Atualização:

O escritor norte-americano de ficção científica Ray Bradbury, autor de Fahrenheit 451, considera que hoje a falta de educação converte os livros em objetos desnecessários, por isso não haveria problema nenhum se todos eles fossem queimados. Como parte de uma das programações da Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, Bradbury, de 85 anos, participou de um encontro com seus leitores argentinos, e para isso não precisou sair de sua casa, em Los Angeles. Através de uma videoconferência, o escritor expôs suas opiniões sobre o universo, a leitura e a Literatura durante cerca de uma hora. O autor de Fahrenheit 451 mostra, na obra, que futuramente a leitura será proibida e as pessoas se informam por meio da televisão. Bradbury afirmou que hoje em dia as novas tecnologias "bombardeiam a sociedade com informação, mas nada substitui a leitura". Como mostrar aos jovens a importância do livro? "É necessário começar a praticá-la (a leitura) desde cedo, com aproximadamente cinco anos de idade", diz ele. "É um momento que tem-se que alimentar as criança com Literatura, porque é o momento em que estão com mais fome de ler". Ray Bradbury é autor de, entre outros, Crônicas Marcianas, As Douradas Maçãs do Sol e O Homem Ilustrado. Falando sobre sua especialidade, a ficção científica, classificou-a como uma boa opção para inserir as crianças no universo da leitura. "É um gênero que trabalha com metáforas universais, que podem muito bem prender a atenção dos jovens". A videoconferência contou com tradução simultânea. O encontro foi intermediado pelo tradutor das obras de Bradbury para o espanhol, Marcial Souto, e também pelo especialista em Literatura fantástica, Gabriel Guralnik. A Feira do Livro de Buenos Aires, que este ano chega a sua 32.ª edição é, junto com a Feira de Guadalajara, no México, a mais importante da América Latina no que diz respeito ao número de expositores e de visitantes. Este ano, a previsão é de que mais de um milhão de pessoas visite a feira de Buenos Aires.

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