PUBLICIDADE

Fabio Barros, sonoridade máxima extraída do mínimo

Por Lauro Lisboa Garcia
Atualização:

Um cantor e seu violão, interpretando as próprias composições. Quando se trata de Fabio Barros, nome ascendente na cena paulistana, esse tradicional formato de fazer o que se estabeleceu como MPB muda um pouco de figura. Apesar de utilizar recursos mínimos, suas canções são encorpadas (além de bonitas), como se pode constatar em seu segundo trabalho independente, Enquanto Eu Caminhava, que tem show de lançamento amanhã no Sesc Ipiranga, com sua banda. Além de violão, nas nove faixas do CD Barros toca viola caipira, violão de 7 cordas e viola de cocho.Com o coprodutor Bruno Prado (que também toca percussão) e o baixista Danilo Penteado, Barros procurou extrair o máximo do mínimo, surpreendendo pela demonstração do que ainda há para ser explorado de diferente na mais convencional instrumentação acústica. Embora a sonoridade varie um pouco em relação ao primeiro álbum, Circo de Pulgas (2006), é uma continuidade dele. "É o amadurecimento de uma sonoridade que venho buscando há bastante tempo, principalmente de ter um pensamento timbrístico, de texturas", diz o músico. Barros também tem um método de trabalho que não separa a composição do arranjo. "Para mim, as duas coisas já vêm juntas." Entre as canções apresentadas estavam as duas primeiras faixas do novo CD, Barro de Adão e Esse Silêncio. Como essas, ele assina sozinho outras cinco e divide Cristal Partido com Rafa Barreto, outro nome que desponta na cena paulistana, e Se Desviar Um Sentido, com o poeta paranaense Amarildo Anzolin. Barro de Adão tem no coro Manu Maltez, Rafa e Vicente Barreto, que também participam do show de amanhã.Fresta conta com o potente vocal de Marcelo Pretto. Parece música eletrônica, mas não é - e varia de ritmo e andamento como 33 Dias, que mescla sonoridades de viola caipira e um trompete que dá um toque jazzístico ao arranjo. Barros já vem compondo com Vicente Barreto para o próximo álbum. Vem mais coisa boa por aí.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.