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Exposição mostra o Brasil visto por europeus

Por Agencia Estado
Atualização:

O povo, as belezas naturais e a geografia do Brasil sempre causaram fascínio entre os europeus, desde os tempos do Descobrimento. A prova disso está documentada na 10ª edição da exposição Old Prints, cuja abertura ocorre nesta terça-feira, a partir das 19 horas, no Transatlântico Club. O acervo iconográfico da mostra agrega cerca de 250 gravuras e mapas antigos originais, que datam dos séculos 16 ao 19. As obras são de Debret, De Bry, Franz Post, Blaeu, D´Anville e outros artistas. As gravuras remontam ao período colonial, marcado, entre outros acontecimentos, pelas capitanias portuguesas, a invasão holandesa e as missões científicas e artísticas. "Naquela época, a Europa estava interessada pelo Brasil. Por isso, as missões eram patrocinadas pelos soberanos e traziam viajantes para cá, entre pesquisadores e artistas", diz o curador da exposição, Dominique Edouard Baechler. Dominique explica que o estado de êxtase deles diante das maravilhas brasileiras ficou impressa em seus trabalhos. Tinham predileção por enfocar fauna e flora, cenas do cotidiano, personagens, montanhas, rios e portos. "Era um universo fascinante", observa ele. Resultado: obras nitidamente concebidas sob o olhar subjetivo do estrangeiro. De acordo com o curador, enquanto alguns artistas retratavam índios e escravos de forma fiel, outros os atribuíam traços europeus. "Estes estavam ainda aprisionados ao padrão de beleza clássica." Aqueles que eram contrários à escravidão, por exemplo, denunciavam o sofrimento do negro. Enquanto isso, os artistas favoráveis à existência de escravos mostravam negros e índios com feições quase animalescas. Pintor oficial da corte do imperador d. Pedro I, o francês Jean Baptiste Debret, quando não estava incumbido de retratar a nobreza, dedicava-se a observar e registrar em suas obras cenas do dia-a-dia e tipos humanos. "Quando ele retornou para Paris, suas litogravuras fizeram um grande sucesso", comenta o curador. No segmento de mapas, poderão ser encontradas peças que reproduzem o Brasil e alguns países da América do Sul, como Argentina e Chile. Colecionador - Mostras semelhantes à Old Prints costumam ser chamarizes de apreciadores de arte, colecionadores ou meros curiosos. "Esse é o décimo ano da exposição e já criou um público cativo", garante Dominique Edouard Baechler. "E essas obras estão cada vez mais difíceis de serem encontradas, são muito procuradas." Todas as peças em exposição na Old Prints estão à venda, com preços que variam de R$ 300,00 a R$ 18 mil. As gravuras vêm com molduras, passe-partouts e material apropriado para conservação. 10.ª Edição da Old Prints. Diariamente, das 8 às 22 horas. Club Transatlântico. Rua José Guerra, 130, tel. (11) 5181-8600. Até 22/11. Abertura amanhã, às 19 horas.

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