Exposição mostra grafite de SP

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Por Agencia Estado
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Há muitos muros pichados, hoje, em São Paulo. É a maneira de grafiteiros deixarem mensagens rápidas para os milhares de passantes diários. Talvez os precursores desse movimento, que carimbam a cidade com pequenas frases lúdicas, ou personagens, para causar impacto nos passantes e explorar uma alternativa artística, em espaço público, tenham sido os integrantes de um grupo de artistas entre o fim da década de 70 e os 80. Para contar um pouco dessa história e recuperar alguns personagens daquela época, a Casa das Rosas organizou a exposição Rendam-se Terráqueos, que reúne 14 daqueles artistas e tem como objetivo preencher uma lacuna de informação. A mostra será aberta nesta terça-feira , às 20 horas, e seus curadores foram José Roberto Aguilar, diretor da Casa das Rosas, unidade da Secretaria de Estado da Cultura, e o designer e artista plástico Marcos Mello. O título da exposição ­ Rendam-se Terráqueos - foi emprestado de um dos grafites de Alberto Marsicano, feito na década de 70. Mas seu objetivo é mostrar a obra recente de Alberto Lima, Arthur Lara, Carlos Barmak, Carlos Delfino, Carlos Matuck, Ciro Cozzolino, Edu Verenguel, Hudinilson Jr., Jaime Prades, Julio Barreto, Marta Oliveira, Palumbo, Rui Amaral e Zé Carratu. "Escolhemos esses criadores e sua obra atual, deixando que o rastro da história se manifeste naturalmente, na exposição", escreve Aguilar, no texto do catálogo da mostra. A montagem contempla, primeiramente, uma parte histórica, com fotografias e vídeos dos muros dos anos 70 e 80. O catálogo da coletiva traz biografias dos participantes, escritas por eles mesmos. A outra parte de Rendam-se Terráqueos mostra o que produzem atualmente. São obras de diferentes suportes e técnicas - de infláveis a pinturas sobre tela e webart (arte para a Internet). O curador convidado Marcos Mello, que acompanhou de perto a época dos grafismos nos espaços públicos, diz que os participantes são artistas que escolheram a rua como possibilidade de ter um público maior do que o de uma galeria de arte. A idéia era a expansão do contato com o público. E a forma de chamar a atenção dos passantes era carimbar nos muros pequenas frases que funcionavam como "brincadeiras" e, como entende Mello, "poesias". Entre alguns exemplos, estão as frases Ora H, de Tadeu Jungle, Hendrix Mandrax Mandrix, de Walter Silveira, Cão Fila Km 26, Is Pray, feito em Londres por Marsicano, além de A Tomada da Pastilha e Conectar, feitos no Brasil. Rendam-se Terráqueos - Casa das Rosas: Avenida Paulista, 37. Tel: 251-5271. Até 31 de março. Abertura às 20 horas. De terça a domingo, das 12h às 19h.

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