Exposição em Londres lança luz sobre 2.500 anos de arte erótica

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Por TIM CASTLE
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Uma folha de figueira esculpida para resguardar a rainha Vitória da visão da anatomia masculina saúda os visitantes numa exposição que explora os limites entre arte e obscenidade. A exposição, que será aberta no Centro Barbican, em Londres, na sexta-feira, reúne 2,5 milênios de arte erótica e, segundo seus curadores, é a maior mostra desse tipo já promovida no mundo. As mais de 300 obras expostas abrangem desde imagens de cópula em xícaras da antiguidade grega até fotos contemporâneas, do tamanho de outdoors, de casais fazendo amor, do artista americano Jeff Koons. A diretora das Galerias de Arte Barbican, Kate Bush, disse que a exposição não contém nada de obsceno ou gratuito, apesar de ser proibida para menores de 18 anos. "Não é uma exposição sobre sexo ou sobre pornografia. É um trabalho sério de história e curadoria de arte," disse ela. "Ela mostra como, ao longo do tempo, artistas retrataram o sexo como experiência fundamental que interliga a todos." A folha de figueira de 46 cm, moldada em gesso branco, foi posta sobre a genitália de uma cópia do monumental "Davi" de Michelangelo presenteada à rainha Vitória pelo grã-duque de Toscana em 1857. A mostra reúne muitas obras eróticas da antiguidade que já estiveram escondidas atrás de portas fechadas em museus. Ela inclui itens de uma coleção de 434 objetos fálicos e outros sexuais da Grécia, Índia e outros países, entregue ao British Museum em 1856 pelo antiquário George Witt. A coleção formou a base do "Secretum" reservado de obras eróticas do museu, aberto apenas a estudiosos com hora marcada. Obras romanas de teor sexual descobertas em Herculaneum e Pompéia, também expostas no Barbican, foram escondidas num "Gabinete Reservado" do Museu Bourbon, em Nápoles, em 1819. Mas a curiosidade despertada era grande, e os registros mostram que até 1824 cerca de 300 visitantes já tinham solicitado acesso à coleção de Nápoles, que incluía afrescos mostrando casais fazendo sexo, pintados para bordéis romanos. A exposição no Barbican também inclui obras polêmicas modernas, incluindo 13 retratos de sadomasoquismo homossexual feitos pelo fotógrafo americano Robert Mapplethorpe.

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