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Exposição comemora 30 anos do MIS

O MIS de São Paulo organizou a mostra Ecos do Século, que deve ser a maior exposição de acervo próprio já montada no museu

Por Agencia Estado
Atualização:

O Museu da Imagem e do Som (MIS) completa 30 anos e comemora a maturidade com uma festa de arromba. Ecos do Século promete ser a maior exposição já montada dentro do museu. "A mostra foi pensada pelas equipes de cinema, fotografia, música, vídeo e artes gráficas para mostrar o que há de melhor no acervo", explica Marcos Santilli, diretor do MIS. O evento começa dia 3 de setembro, às 20h. O grande destaque da abertura será a performance do artista J.R Aguilar. Repetindo o gesto que alguns artistas fizeram em 1979, ele vai "desembrulhar" o MIS. Além disso, será possível assistir à projeção de filmes, vídeos, e shows de música. A festa será documentada pela ótica de vários videomakers e fotógrafos. No restaurante do museu, o visitante poderá apreciar os grafites de Alex Vallauri, pioneiro no Brasil nessa arte, que morreu em 1987. A Rainha do Frango Assado é umas de suas criações mais famosas. Quem visitar a mostra, terá várias opções de entretenimento. Na área cinematográfica, haverá ciclos de cinema e exposição de cartazes e fotos do acervo. Na parte de Vídeo, o visitante encontrará a instalação Olho do Diabo de J.R. Aguilar, com vários documentários sendo exibidos simultaneamente, além da projeção de vídeos sobre a história do MIS. Também é possível visitar a instalação Nossa Senhora!, de Tadeu Jungle e Walter Silveira. A Fotografia será representada pela exposição de várias fotos, negativos e cromos de vidro. Marcos Santilli destaca a importância da panorâmica de 360º da cidade de São Paulo, feita pelo fotógrafo Valério Vieira. "Ela é exclusiva do MIS", completa. Na parte musical, o visitante poderá ouvir diversos sons ambientes, acionados por sensores de presença espalhados por todos os espaços. Além disso, haverá audições com fones de ouvido, de faixas selecionadas da coleção Miécio Caffé e depoimentos de músicos. Durante todo o período em que durar a exposição, estão programados shows para serem apresentados no auditório do museu. Ecos do Século também vai mostrar máquinas fotográficas, gravadores, projetores de cinema, rádios, revistas de época, capas de disco e livros. "O acervo do museu é muito maior do que vai ser exposto. Há outras obras importantes mas selecionamos os itens possíveis de se mostrar", explica Marcos Santilli. A idéia de se montar uma exposição desse porte surgiu desde de que o diretor assumiu seu posto, há três anos. "Nossa intenção é mostrar para o público o que há guardado no acervo do museu". O MIS recebe cerca de 30 mil visitantes por mês. Em julho, época menos freqüentada, a média cai para 16 mil pessoas. Por ano, são gastos R$ 1 milhão para a manutenção do museu. O MIS foi inaugurado em maio de 1970, durante o governo de Roberto de Abreu Sodré. O museu foi criado para preservar e pesquisar tudo que diz respeito à imagem, fazer o registro audio-visual do que está se passando e difundir esse material. Mas seu começo não foi nada glorioso. Nos dois primeiros anos, funcionou na Rua Antonio de Godói. Depois, funcionou precariamente em três salas do Palácio dos Campos Elíseos, ex-sede do governo de São Paulo. Dali, mudou-se para um endereço na Av. Paulista e depois para rua Oscar Pereira da Silva, no Itaim. Quando o museu foi transferido para a sede da Av.Europa, onde permance até hoje, mais problemas surgiram. A vizinha, formada apenas por residências, não aceitava a chegada de um "prédio comercial". Em 1977, um juiz chegou a decretar que a construção teria que ser demolida. Hoje em dia, o MIS já não incomoda mais seus vizinhos. A maioria das residências foi ocupada por consultórios médicos. Nesses trintas anos de existência, vários nomes importantes já passaram pela direção do museu, entre eles Rudá de Andrade, Boris Kossoy e Ricardo Ohtake. O fotográfo Marcos Santilli assumiu a direção em 1997, quanso o museu passava por um momento delicado. Em fevereiro do mesmo ano, o Contru chegou a restringir as atividades do auditório por falta de segurança. Hoje, Santilli ainda pretende conseguir reverter um problema que considera uma das maiores dificuldades de sua gestão. "O museu ainda muito fora de seu papel. É importante fazer as pessoas entenderem qual é o verdadeiro conceito original do MIS". Ecos do Século - De 3 de outubro a 19 de novembro no Museu da Imagem e do Som (MIS) - Avenida Europa, 158, de 3ª a domingo, das 14h às 22h. Fones: 852-9197 e 280-0896

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