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Evento discute as linguagens da violência em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

Anunciado em março pela Prefeitura, o acordo da Secretaria Municipal de Cultura com o governo francês e o Sesc São Paulo tem a realização, a partir de amanhã, de sua primeira ação cultural na cidade. É o evento As Linguagens da Violência, que ocorrerá até o dia 22 em diferentes espaços culturais na grande São Paulo, com uma programação ampla de debates, mostra de filmes e vídeos, espetáculos de dança e de teatro, workshops, oficinas e shows - a maioria da cultura hip hop, no caso, a música rap, a dança break e o grafite. A abertura ocorre às 9 horas, no Sesc Pompéia com a presença do embaixador francês, Alain Rouquié, e do cônsul, Jean-Marc Laforêt. O ciclo As Linguagens da Violência envolve artistas e intelectuais do Brasil e da França. No âmbito político e sociocultural, a violência e seu entorno serão expostos de duas formas nesse período, segundo o secretário Municipal de Cultura, Marco Aurélio Garcia. "Os seus desdobramentos na cultura serão analisados de um ponto de vista mais concentrado, mais centrado, nas mesas-redondas, porém, haverá principalmente o espaço para a expressão artística que se relaciona com essa questão urbana complexa", afirma Garcia. "No nosso caso, que temos interesse de reverter algo disso em política pública, é fundamental a socialização dessas informações, mesmo que os debates sejam de interesses restritos. É justamente esse ponto da integração dos produtos culturais que valida o evento para nós, enfim, as manifestações culturais. A importância desse integração justifica a abertura desse espaço, esse multiculturalismo existente aqui e que se intensifica com o intercâmbio. Porém, não queremos ter um olhar complacente, de que a cultura é isoladamente saída para a violência. Assistência social é importante, mas não é o caso." O secretário ainda não tem resposta sobre a aplicação dessas reflexões, propostas nos temas das mesas-redondas, montadas sob a curadoria do Consulado-Geral da França, do Sesc e da Prefeitura. A Unesco também está envolvida nesse projeto. Na quarta-feira, as mesas são: Pensar a Violência Social, às 10 horas, sob a mediação de Paulo Sérgio Pinheiro; Lutar contra a Violência Social, às 14 horas, sob a mediação de Alba Zaluar. Na quinta-feira, Linguagens da Violência, Violência da Linguagem, às 9 horas, sob a mediação de Henry Pierre Jeudy (pesquisador da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris); e As Linguagens da Violência: Música e Dança, sob a mediação de Camille Goirand (Cientista Política do Institut d´Etudes Politiques de Lille). Outubro, como afirma o secretário será decisivo para o amadurecimento das práticas de alguma dessas reflexões. Aguardemos. Nos encontros, pretende-se ponderar os contextos e condições do aparecimento das linguagens da violência. Serão discutidas as formas e conteúdo das linguagens da violência, como a música, a dança, o cinema ou a literatura; e também outras formas de expressão como a pichação e o baile funk. Outra questão a ser levantada são os limites das linguagens da violência: a eufemização artística ou ritual da violência não faz desaparecer os problemas socias. Amanhã, no Sesc Pompéia, ocorre a abertura da mostra de cinema, às 18 horas, com a exibição de La Haine, de Mathieu Kassovitz, Cronicamente Inviável, de Sérgio Bianchi. Na quinta-feira, La Vie Rêvée des Anges, de Erick Zonca, e Bicho de Sete Cabeças, de Lais Bodanzky. Na sexta, realiza-se a conferência Os Espaços de Exclusão e de Violência no Cinema e na TV Brasileira, com a presenças de vários cineastas e alguns escritores. Serão exibidos: O Rap do Pequeno Princípe contra as Almas Sebosas, de Marcelo Luna e Paulo Caldas, Louise Take 2, de I. Siegfried, e Notícias de uma Guerra Particular, de João Moreira Salles. A programação de cinema e vídeo é mais extensa e ocorre até o fim do evento, nos diversos espaços culturais. Algumas sessões serão repetidas. O hip hop é outro destaque de As Linguagens da Violência. Essa cultura de rua estará em todo o projeto por meio de debates sobre as artes do movimento e espetáculos de break e rap. Amanhã, às 21 horas, ocorre o debate As Linguagens da Violência no Rap, com a presença dos rappers Squat (França) e Xis (Brasil). Já às 22 horas, o esperado show de grupo francês Assassin, precursor do rap consciente no seu país. A maior parte da programação do evento divide-se entre o Sesc Pompéia e o Centro Cultural São Paulo, mas haverá atividades em Santo Santo André, no Teatro Municipal, no Centro de Referência de Dança e no Centro Comunitário Santo Alberto. As Linguagens da Violência - Sesc São Caetano. Rua Piauí, 554, tel. 453-8288. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611. Sesc Itaquera. Avenida Fernando do Espírito Santo A. Matos, 1.000, tel. 6521-7272. Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel. 3871-7700. Até 22/9. Abertura oficial amanhã, às 9 horas.

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