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Eurochannel faz ciclo para Alain Delon

Alain Delon é o homenageado de janeiro do Eurochannel, da TVA e DirecTV, que vai exibir três filmes por ele interpretados (e um também dirigido), além do documentário Le Club avec Alain Delon

Por Agencia Estado
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Ele já havia aparecido em diversos filmes, especialmente comédias ou pequenos dramas românticos. Fez sucesso em "Christine", no qual dividia a cena com Romy Schneider. Nem Alain Delon consegue explicar direito, mas logo em seguida ele estava na Itália, filmando com um dos maiores diretores do mundo. Luchino Visconti fez dele o idealista Rocco, da obra-prima "Rocco e Seus Irmãos", e logo em seguida o jovem Tancresdi, de outra obra-prima, "O Leopardo". O resto é história: Delon virou astro sem deixar de ser o preferido de grandes diretores. Michelangelo Antonioni ("O Eclipse"), Joseph Losey ("O Assassinato de Trotski" e "Cidadão Klein"), Jean-Luc Godard ("Nouvelle Vague"), todos filmaram com ele e lhe ofereceram belos papéis. Alain Delon é o homenageado de janeiro do Eurochannel, da TVA e DirecTV, que vai exibir três filmes por ele interpretados (e um também dirigido), além do documentário "Le Club avec Alain Delon". "Borsalino & Cia.", de Jacques Déray, inaugura amanhã (03) a programação. Não é o filme famoso dos anos 1960, em que Delon divide a cena com outro famoso astro francês, Jean-Paul Belmondo, mas a seqüência que o diretor Déray o mesmo do primeiro filme, fez nos anos 1970. Seguem-se, pela ordem: "Olhos de Tigre", de Jose Pinheiro, no dia 24, e "Le Battant", que o próprio Delon dirigiu, no dia 30, e que terá o documentário sobre o ator como complemento. A programação prossegue em fevereiro com novos títulos: "Pour la Peau d´un Flic", "Deux Hommes dans la Ville", "Ne Reveillez pas un Flic" e "Mort d´un Pourri". Não são os grandes filmes de Delon, aqueles preferidos dos críticos, mas pelo contrário representam a produção mais industrial que transformou o astro num mito, na França. É curiosa a trajetória de Delon. Ele assistia anonimamente ao Festival de Cannes de 1957 quando foi descoberto por descobridores de talentos, que o indicaram para o diretor Yves Allégret, com quem fez "Quand la Femme s´en Mêle", no mesmo ano. O jovem Delon era principalmente um homem muito bonito, que Visconti transformou em ator. Mas Visconti usou o rosto de Delon para colocar na tela a pureza e a bondade de Rocco. Quase na mesma época, outro diretor, o francês René Clement, usou a epiderme do ator de forma bastante diversa. Em "O Sol por Testemunha", policial que se tornou clássico, Delon interpreta o escroque Tom Ripley, criado pela escritora Patricia Highsmith. A própria autora confessava-se seduzida pela frieza que Delon imprimiu ao seu personagem de assassino. Esse Delon durão teve a sua imagem consolidada em 1967, quando Jean-Pierre Melville fez "O Samurai". Melville, o mais americano dos grandes diretores franceses, disse certa vez que a dureza do olhar e das linhas do rosto do astro que o inspiraram a criar esse personagem de assassino moderno, que age de acordo com o código de honra dos antigos samurais. Delon nunca mais parou de fazer policiais, alguns bons, a maioria descartáveis. Na tela, virou ídolo. Na vida, seu direitismo (e as ligações com criminosos) fizeram dele uma personalidade polêmica. Para seus detratores, Delon, o mito, tem a cara da França profunda (e reacionária). Serviço - Borsalino e Cia., de 1974, com Delon e Riccardo Cucciola. No Eurochannel, às 22h30

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