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Estréia ´Tempo de Trégua´ de Bortolotto

Tempo de Trégua é uma espécie de volta do filho pródigo. No momento de morrer, a mãe faz um último pedido ao filho: que ele participe ao menos da festa de fim de ano

Por Agencia Estado
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Ator, diretor e dramaturgo, Mário Bortolotto nem sabe ao certo quantas peças escreve ao ano. São muitas, cerca de 40 já passaram pelo palco, 19 delas publicadas em edição independente. Ano passado fez uma temporada no Centro Cultural São Paulo na qual alternava 14 peças de sua autoria. Ganhou o Prêmio APCA 2000 pela mostra e o Prêmio Shell por uma das peças, Nossa Vida não Vale um Chevrolet, cuja trama girava em torno de uma família de ladrão de carros. No momento, mantém em temporada Leila Baby, dirigida por Jairo Mattos, no Espaço dos Satyros, cujo tema é a relação destrutiva entre um casal . E nesta quarta-feira estréia Tempo de Trégua, no Teatro N.Ex.T, texto e direção de Bortolotto que também está no elenco ao lado de Fernanda d´Umbra, Joeli Pimentel, Fábio Araújo, Gláucio Prata e Aline Abovsky, atores da Companhia Cemitério de Automóveis, fundada por Bortolotto quando ainda morava no Paraná. Em Tempo de Trégua, o autor retoma os personagens de outra de suas peças, Fica Frio, que acaba de cumprir temporada na Cultura Inglesa de Higienópolis. A primeira explorava a conflitante relação de dois irmãos de personalidades muito diferentes, filhos de um empresário do ramo de laticínios. Um deles é advogado, casado com uma promotora e pensa em assumir os negócios do pai. O outro, nega a família e sai de casa. Tempo de Trégua é a continuação dessa história, uma espécie de volta do filho pródigo. A ação transcorre numa festa de fim de ano. No momento de morrer, a mãe faz ao filho desgarrado o seu último pedido: que ele participe ao menos da festa de fim de ano. A peça começa nesse encontro familiar que reúne o pai, os dois irmãos, a nora, a irmã e um primo. "É dia do acerto de contas nessa família. Esses dois irmãos se amam, mas não se compreendem. Por isso o afastamento. Isso pode acontecer em qualquer relação. Uma pessoa gosta muito da outra, mas não a aceita como é. Quer modificá-la. Como isso não é possível, o jeito é afastar-se", diz Bortolotto. "Minha pretensão com essa peça é discutir relações familiares e as cobranças de afeto, num sentido mais amplo. Essa é a pretensão. Claro que a gente nunca consegue tudo aquilo que pretende." Serviço - Tempo de Trégua. Texto e direção Mário Bortolotto. Duração: 70 minutos. Quarta e quinta, às 21 horas. R$ 10,00. N.Ex.T. Rua Rego Freitas, 454, tel. 3106-9636. Até 1/11; Leila Baby. Direção Jairo Matos. Duração: 70 minutos. Sexta e sábado, à meia-noite. R$ 10,00. Espaço dos Satyros. Praça Roosevelt, 214 tel. 258-6345. Até 29/11

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