
28 de maio de 2010 | 10h34
O longa conta a história de um ghost writer, interpretado por Ewan McGregor, contratado para terminar as memórias do ex-primeiro ministro britânico Adam Lang (Pierce Brosnan). O personagem de McGregor começa a reescrever as memórias num clima péssimo, semanas depois de o político ter sido acusado de crimes de guerra pelo Tribunal Internacional Penal, de Haia, por permitir que soldados ingleses torturassem no Afeganistão suspeitos de terrorismo.
Além disso, ele só foi chamado porque o escritor originalmente contratado para o trabalho apareceu morto, afogado em condições muito suspeitas, numa praia dos Estados Unidos. Como a Inglaterra ratificou o Estatuto de Roma, documento que reconhece a legitimidade do Tribunal de Haia, se Lang deixar os Estados Unidos, onde está refugiado, será preso assim que desembarcar em seu país. É nesse clima de suspense que se desenrola a história, baseada no livro "The Ghost", de Robert Harris.
A segunda crítica ao filme diz respeito ao pedido de extradição do diretor Roman Polanski, feito pela justiça dos Estados Unidos. Atualmente ele está em prisão domiciliar na Suíça, onde mora. É impossível assistir a esse longa sem imaginar que o diretor é um foragido da Justiça americana, condenado por abusar sexualmente de Samantha Geimer, em 1978, quando ela tinha 13 anos.
Desde então, Roman Polanski viveu livre na Europa, sendo celebrado por filmes como "O Bebê de Rosemary" (1968), "Chinatown" (1974) e "O Pianista" (2002). Toda essa polêmica só voltou à tona em 2008, quando o diretor tentou anular o julgamento de 1978. A partir daí, a Justiça dos EUA voltou a investir suas forças e atenções sobre Polanski, que passou a ter vida reclusa, tanto que esse novo filme foi finalizado de seu chalé de inverno em Gstaad, nos alpes suíços. As informações são do Jornal da Tarde.
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