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Estreia grupo dedicado à nova criação

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Por João Luiz Sampaio
Atualização:

Ser uma orquestra dedicada exclusivamente à produção contemporânea, com a proposta de "incomodar" o público ? um incômodo saudável, que propõe diálogos musicais e investiga o que de mais novo há na composição brasileira e internacional. É com esse objetivo que sobe hoje ao palco do Sesc Vila Mariana para sua estreia a Camerata Aberta.Idealizado por Silvio Ferraz e Sergio Kafejian, o conjunto é subvencionado pelo governo do Estado por meio da Santa Marcelina Cultura, organização social responsável pela gestão das escolas de música estaduais e de projetos como o Festival de Inverno de Campos do Jordão. As origens da Camerata, a propósito, nos levam de volta à edição do ano passado do evento, quando foi formada uma orquestra para interpretar obras contemporâneas. Na ocasião, ela foi justamente comandada pelo maestro francês Guillaume Bourgogne, que estará à frente da Camerata em seus primeiros três meses. Bourgogne fala de aventuras sonoras, de "música inquieta", de uma "aventura por novos territórios do som". Prova da proposta é o repertório de hoje. A primeira peça é Talea, do francês Gérard Grisey, representante do que se conhece como "música espectral", em que a composição, ajudada por sistema eletrônicos, é guiada pelos espectros do som. Cismas, da brasileira Marisa Rezende, explora as ressonâncias do piano, recriando "devaneios, sonhos, inquietações". Já em Araés, a inspiração de Roberto Victorio é o Planalto Central brasileiro, que ele recria musicalmente a partir de textos poéticos de autores da região. Do compositor e arquiteto grego Iannis Xenakis, a escolhida foi Thallein, que reúne algumas das principais tendências do compositor ao longo de sua carreira. Em meio a essas obras, aparece ainda A Arte da Fuga, monumento da música de Bach, tão distante do público quanto a produção de novos compositores.A Camerata é composta por 16 músicos, que formam um dream team de instrumentistas brasileiros: a flautista Cassia Carrascoza, o oboísta Alexandre Ficarelli, o clarinetista Luis Afonso "Montanha", o fagotista Fábio Cury, o trompista Nikolav Genov, o trompetista Adenilson Telles, o trombonista Carlos Freitas, os percussionistas Charles Augusto e Herivelto Brandino, os pianistas Horácio Gouveia e Lídia Bazarian, os violinistas Elissa Cassini e Martin Tuksa, o violista Peter Pas, o violoncelista Dimos Goudaroulis e o contrabaixista Pedro Gadelha.

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