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Estilistas do Rio desfilam em Brasília

Isabela Capeto, a estilista carioca que mostrou sua coleção originalmente na SPFW e Maria Fernanda Lucena, que levou a coleção exibida no Fashion Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O segundo dia do Brasília Fashion Festival começou com a participação de duas grifes convidadas. A primeira a desfilar foi Isabela Capeto, a estilista carioca que mostrou sua coleção originalmente na São Paulo Fashion Week. Depois foi a vez de Maria Fernanda Lucena trazer para Brasília a coleção que revelou no Fashion Rio, que trouxe à passarela a bonitona Ana Claudia Michels. Aqui na Capital Federal ela vende na Galeria, uma das multimarcas turbinadas do Centro Oeste. Na seqüência do line up, o BFF voltou à sua proposta original, de apresentar novos talentos para o povo da moda, como Márcio Santos, Anunciação, Fernanda Neves para Natural Cotton, Etnia das Artes. A Levi´s é que vai fechar a noitada de moda. Confira, a seguir, quem são os novos nomes da cena fashion da região. O mix de moda e música encontrou no Brasília Fashion Festival o tom exato. Nos intervalos entre os desfiles, jovens bandas da cidade e região se apresentam no espaço bem ao lado da sala de imprensa. Todo mundo por aqui trabalha balançando o corpo, quase dançando! Já teve Banda 80, cantando hits (advinhem?) dos anos 80, e um grupo de dança chamado BsbGirls, que arrasou no streetdance, entre outras novidades para os ouvidos da galera. Na moda, o line up do Brasília Fashion Festival registra inicialmente a estréia de dois estilistas, Luciana Barbo e Ray Mendes, além da apresentação da coleção do projeto Pareanoart, que tem no estilo a jovem Sidma Kurtz. Bonequinha de luxo Ao som de jazz dos anos 50 e 60, Luciana colocou suas bonequinhas de luxo na passarela, com vestidos estampados de grafismos (bem óbvios, antigos até). A modelagem é justa até a cintura e se abre em evasé. O jérsei é a matéria-prima principal. Bom o jeans com modelagem solta no quadril e ajustado na batata da perna.A boa surpresa ficou pela voz de Indiana Nomma, que entrou ao vivo cantando Billy Holliday, como se fosse a própria. O Paranoarte é um projeto comunitário, dos vários que fazem parte do BFF, em que 200 artesãs das cidades do entorno de Brasília, trabalham com tecelagem, macramê, tricô e bordado, sob a orientação da estilista Sidma Kurtz. O resultado do trabalho são peças artesanais, com toque africano nas cores (laranja, preto), algumas vezes literal demais. Ninguém vai querer vestir toalhas de mesa! Melhor quando os delicados trabalhos artesanais ficam nos detalhes, como na saia de saco de estopa bordada com fitas. Ray Mendel avisou que sua inspiração eram cartas de antigos imigrantes portugueses. Bem... ele usou só a imagem de ladrilhos portugueses como estampa, alterou a modelagem aqui e ali, mas fez essencialmente vestidos, muitos tomara-que-caia, e caprichou nas rendas. O primeiro dia do Brasília Fashion Festival terminou com a participação da grife Manifesto 33, de Marcelo D2. Confira o perfil dos jovens estilistas do planalto central Fernanda Ferrugem - Estilista jovem, de 29 anos, define seu estilo como autobiográfico: cria o que tem vontade de usar. Leva à passarela a coleção New Wave Macumba, inspirada por baianas e africanas com link no urbano New Wave, em peças de formas amplas, feitas de materiais naturais e confortáveis como a malha, presente em 80% da coleção, e o algodão. Fernanda Neves/Natural Cotton - Brasiliense de Planaltina, apresenta a coleção no estilo adventure - urbana e relax -, onde as peças só são tingidas depois de prontas e com os naturalíssimos urucum, chá, vinho e açafrão. Grafites e pichações de rua também são insinuadas nas roupas da estilista, sobre o algodão colorido, desenvolvido pela Embrapa. João Queyroz - Sua coleção tem os anos 80 como ponto de partida e o filme "Blade Runner, o Caçador de Andróides", de 1982, como inspiração principal, num trabalho sem distinção entre masculino e feminino. O preto é a base da coleção, pontuada por cores ácidas, em algodão, malha, cambraia, viscolycra, tela, tricoline, brim com elastano, chiffon de poliéster, chaze de chiffon e tactel. Léo Alves - Estilista com formação teatral, traz coleção inspiradas na década de 60 e nas formas geométricas de Pierre Cardin e Yves Saint Laurent, com as peças em preto e branco. Materiais nobres como seda pura, crepe e adamascado, mais acabamento todo feito em viés dão sofisticação, charme e elegância à coleção. Luciana Barbo - Faz sua estréia nas passarelas com coleção inspirada na década de 1960, de roupas confortáveis, despojadas, econômicas nos detalhes. As peças têm modelagem trapézio, calças mais secas, ajustadas, para contrapor com as blusinhas e tops soltos, feitas em malharia, jeans, cetim e crepe, nas cores vermelho, preto, branco, pink e índigo. Márcio Santos - Brasiliense e autodidata de 34 anos, tem como elemento básico de sua coleção o jeans cru, sem lavagem, iluminado pelos vermelhos, pretos e brancos, que aparecem ora em listras vermelhas e brancas, ora nas bolas do par perfeito - preto e branco. Corte e porte são um mix revival de modas das décadas de 50 até hoje. As roupas femininas vão do curto ao longuete. As masculinas têm coletes, bermudas, e surpresas nas calças e camisas nada convencionais. Mariá Araújo - Estilista e artesã apresenta coleção inspirada no nordeste brasileiro, com aposta nos tecidos de algodão, nas fitas e nas rendas. As roupas têm modelagem solta e confortável. Flores, mandacarus, traços das caatingas, cactos e camaleões aparecem nos vestidos, saias, batas, shorts, calças e casaquinhos, onde predominam o laranja, o verde, o branco e o cru. Ray Mendel - Autodidata, cria da Rua de Tecidos, na Comercial da 306/ 307 sul, desfila coleção inspirada nas cartas que os imigrantes portugueses mandavam para terra natal, com peças ultra-românticas, bem femininas e trabalhadas, que abusam do azul e branco - cores dos azulejos portugueses. Algodão, voil, muita renda - também de algodão e richelieu - dão frescor e leveza à modelagem solta e confortável. Tatiana Guimarães - Jovem goiana, estréia nas passarelas apostando na sensual feminilidade do corte em viés, feito no mix algodão com renda, mais a aplicação de tecidos, babados e bordados sem brilho. As estampas e os florais nas cores verde, vermelho, amarelo, xadrez, lilás dão cor à coleção delicada e romântica.

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