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Esther Góes vive a rainha de Tróia no teatro

A vingança dos vencidos de uma guerra cruel é tema dessa tragédia de Eurípides, protagonizada pela atriz Esther Góes e que estréia hoje

Por Agencia Estado
Atualização:

A tragédia de Eurípides, Hécuba, sobre a rainha de Tróia, ganha montagem protagonizada pela atriz Esther Góes que estréia hoje no Teatro Ruth Escobar. O espetáculo tem direção da própria atriz, em parceria com seu filho Ariel Borghi. A tradução é de Mário da Gama Kury. No elenco, jovens atores que ao longo do tempo participaram do curso de teatro ministrado por Esther. "Gosto de dar cursos, pois é antes de tudo uma forma de aprendizado, de reciclagem; dirigir atores nas montagens finais é um exercício de distanciamento muito rico." Hécuba é mulher de Príamo, rei de Tróia, morto na guerra contra os gregos. Com a derrota, além de ficar viúva, ela vê suas terras incendiadas, filhas e netos assassinados. Com apenas duas filhas sobreviventes, Cassandra (Silva Camosa) e Polixema (Erika Altimeyer), ela embarca num navio grego, como escrava. Sua única esperança é seu filho cacúla, Polidoro, que foi entregue ao amigo Polimestor, rei da Trácia, para que lhe desse proteção. Com Polidora estava um grande tesouro para garantir sua proteção e bem-estar. Com os navios retidos por falta de ventos, Aquiles aparece e pede o sacrifício de Polixema para que possam seguir viagem. Em meio aos funerais da filha, levam até Hécuba o corpo de Polidoro, que aparecera boiando no mar. Polimestor (Calil Jabur) o matara para se apoderar dos tesouros. "Ela vai pedir ao inimigo que a deixe vingar o filho. Ela persuade Agamenon e consegue dele a neutralidade. Atrai Polimestor e seu filho caçula para o navio, e mata a ambos. Ao fim, há um julgamento, do qual ela sai vencedora", conta Esther. Para ela, a peça propicia reflexões muito pertinentes sobre os tempos atuais, por exemplo, sobre a diferença entre vingança e justiça. "O ato de matar deixa de ser bárbaro quando há um julgamento que lhe dá legalidade." A arrogância dos gregos, que consideravam a si mesmos civilizados e bárbaros todos os outros povos, questionada por Eurípides em todas as suas peças, também é tema de Hécuba. Hécuba - Teatro Ruth Escobar - Sala Gil Vicente. Rua dos Ingleses, 209, Bela Vista, 289-2358. Metrô Brigadeiro. Quita a sábado, às 21 horas. Domingo, às 20 horas. R$ 30. Até 9/12

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