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Estante da semana: Tolstoi, Júlio Medaglia...

Por Agencia Estado
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Entre os lançamentos de livros, Nicodemus Pessoa indica ensaios de Leon Tolstoi sobre arte, uma discussão contra a violência contra as mulheres, uma reedição de obra do maestro Júlio Medaglia e até uma obra sobre a vida sexual dos ditadores. DEPOIS DOS PAPAS, AGORA A VIDA SEXUAL DOS DITADORES. COMO HITLER, POR EXEMPLO. O autor é o mesmo: Nigel Cawethorne, um jornalista inglês. Depois de ter escrito sobre a intimidade dos papas, livro também publicado há pouco no Brasil, agora ele aparece com A Vida Sexual dos Ditadores (Prestígio, 320 páginas, R$ 39,00). Nele, estão personagens como Napoleão, Lenin, Mussolini, Hitler e Fidel Castro. Ricamente ilustrado, apresenta uma vasta bibliografia, índice remissivo e uma relação de escândalos. A vida sexual de Hitler merece destaque. No começo, sugeriam que ele era homossexual, pois tinha jeito afeminado e mantinha contato com alguns gays assumidos. São contadas por Cawethorne suas fantasias. Fidel Castro também entra na galeria das turbulências sexuais. Foi criado por padres e não namorou ninguém antes de ingressar na faculdade. Casou-se cedo e logo depois separou-se, pois se apaixonou por outra mulher, com quem manteve um romance extraconjugal por um considerável período. O ESCRITOR LEON TOLSTOI FALANDO DE ARTE. UM LIVRO DE LUXO DA EDIOURO. O mais recente lançamento da série Clássicos Ilustrados. Em O Que é Arte? (Ediouro, 202 páginas, R$ 39,00), um livro ricamente ilustrado, está um Leon Tolstoi, o consagrado romancista de Guerra e Paz e Ana Karenina, muito pouco conhecido: o crítico de arte. O livro, que reúne vários ensaios do escritor russo, foi publicado pela primeira vez em 1898. Demorou nada menos que quinze anos para ser concluído. O Que é Arte? insere-se em uma série de livros e tratados polêmicos na qual o autor expõe suas idéias e pensamentos, angústias e iras, na tentativa de influenciar (e, portanto, transformar) a sociedade na qual vivia. Nascido em 1928, em Tula, leste de Moscou, filho de latifundiários, Leon Nicolaievitch, mais conhecido como Leon Tolstoi, levou vida desordenada até que, após entrar para o exército, publicou, em 1856, um livro de memórias: Etapas da vida. Esse primeiro sucesso estimulou-o a se dedicar à literatura. EM DISCUSSÃO, A VIOLÊNCIA (NÃO FÍSICA) CONTRA A MULHER. Uma notícia a cada dia mais freqüente, e às vezes até parece impressa em sangue: mulheres vítimas de violência. Uma escalada nas páginas de polícia ? o abuso sexual, rostos marcados por hematomas, assassinatos. Nos últimos anos, segundo estatísticas, cresceu muito a exposição dos chamados "crimes da paixão". Mas existe uma outra violência, não menos dolorosa, que não costuma aparecer nos jornais: a dos abusos não-físicos, que também proliferam na privacidade dos lares. Esse tipo de agressão é o tema da psicóloga norte-americana Mary Susan Miller em seu livro Feridas Invisíveis. Nele, a autora, que durante anos atuou como conselheira no Centro Metropolitano de Reabilitação, a prisão federal do Estado de Nova York, exibe exemplos dessas feridas. Estão expressos no abuso psicológico, na coerção econômica, na restrição social. Atos sutis ? e cotidianos ? de poder e submissão, que muitas vezes escapam da percepção das próprias vítimas. Em Feridas Invisíveis (Summus Editorial, 288 páginas, R$ 31,00), Mary Susan Miller, ao descrever a experiência de numerosas vítimas de abusos não-físicos, analisa as causas históricas, sociais e conjugais desse tipo de violência, e denuncia o quanto o sistema social ainda está despreparado para enfrentá-lo. Ao mesmo tempo, permite ao leitor compreender o sofrimento e a devastação existencial dessas mulheres. UM LIVRO DO MAESTRO JÚLIO MEDAGLIA, NUMA REEDIÇÃO DA GLOBAL. Uma reedição que acaba de chegar às livrarias. Depois de quinze anos, está impressa nova versão ? revista e ampliada ? de Música Impopular, escrito pelo maestro Júlio Medaglia. Na apresentação da primeira edição (1988), o poeta Décio Pignatari esclarecia, em poucas linhas, a tônica do livro: "Num momento como este, quando a resposta esterilizante ? ?não vale a pena? ? parece substituir a pergunta criativa ? ?E agora, que fazer?? ?, é bom de ver-se um maestro que escreve (e sabe escrever) batalhar pela cultura brasileira, a partir do nosso pobre horizonte musical." O texto do poeta está também na reedição. A presente edição (Global, 280 páginas, R$ 35,00) contém algumas pequenas modificações. Foram retirados os textos que, segundo o autor, estavam ligados a acontecimentos momentâneos, substituídos por informações e acontecimentos relativos ao universo da música que mereciam maior deferência. Mesmo assim, permanece a maioria dos artigos publicados em jornais como: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Pasquim, além de entrevistas e palestras. UM INCRÍVEL PAPAGAIO, COM MUITAS HISTÓRIAS PARA CONTAR. Um livro de crônicas ? deliciosas crônicas. Nele, Histórias de Papagaio, o jornalista Mauro Ribeiro, um bem-sucedido consultor de comunicação, revela um surpreendente talento para o humor. São mais de 100 crônicas em que o autor e o seu papagaio imaginário percorrem as mais diferentes paisagens. O papagaio-personagem, que costuma mudar de nome ? ora se chama Simplício, mas também pode chamar-se Rasputin ou Parsifal -, é, em geral, um malandro simpático, mas também pode ser, às vezes, um terrível mau caráter. Um dia, meu Deus, prestou-se até ao infame papel de dedo-duro. O personagem-papagaio era preciso ser inventado para que Mauro Ribeiro, um jornalista fiel às regras do ofício, que exigem permanente isenção, pudesse exercer sua ironia. Há no livro páginas verdadeiramente hilariantes. Muitas. Aí vai um exemplo: a crônica em que o papagaio conta a sua viagem ao Brasil, acompanhando o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, que viera celebrar acordos do maior interesse para o seu país. Cauteloso em face da fama do presidente ianque, o nosso louro trata logo de proteger sua parentada feminina das garras do célebre "gavião". O livro de Mauro Ribeiro (ABC Editora, 310 páginas, R$ 22,00) está chegando às livrarias.

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