No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarava a pandemia do novo coronavírus. Não demorou para que medidas mais restritivas tivessem de ser adotadas por aqui também. Dez dias depois, o governo de São Paulo anunciou o início de uma quarentena no Estado, que começaria no dia 24. E foi justamente nesse dia que nasceu o caderno Na Quarentena, criado para ajudar o leitor a atravessar o período de isolamento social oferecendo ideias de receitas, programação cultural online, jogos infantis, leitura, soluções para casa, ações de solidariedade, dicas de saúde mental e muitos outros assuntos, criados pelas equipes do Caderno 2 e do Sextou!, que reunia os suplementos Divirta-se, Viagem, Paladar e Casa. Ao todo, foram 572 edições.
Hoje, nos despedimos do Na Quarentena, mas por ótimas razões. Primeiro porque o número de mortes e contaminados está em queda graças à vacinação, o que levou ao retorno de boa parte das atividades presenciais no Estado. Mas também porque, neste domingo, dia 17, o Estadão estreia novo projeto gráfico, que trará de volta um também renovado Caderno 2, agora rebatizado como C2 – Cultura & Comportamento.
Além dos conteúdos relacionados a cultura, com notícias do mundo do cinema, teatro, literatura, música e artes, o C2 seguirá publicando reportagens ligadas a turismo, casa e decoração, gastronomia e bem-estar. E por falar nisso, aos sábados haverá um caderno dedicado apenas ao tema: o BE – Bem-Estar tratará de assuntos relacionados a saúde mental, exercícios, nutrição, beleza, entre outros. O Aliás segue sendo publicado aos domingos, junto com o C2.
Haverá mudanças também no time de colunistas. Às segundas-feiras, a coluna Radar do Streaming, com Pedro Venceslau e Simião Castro, falará das séries e filmes que estão movimentando a websfera. Nesse mesmo dia, o jornalista do Estadão Gilberto Amendola segue publicando suas crônicas – e volta às sextas para trazer dicas dos melhores bares e coquetéis da cidade. Para quem busca ideias para o menu, a jornalista especializada em gastronomia Patrícia Ferraz traz uma receita nova a cada terça, e às quintas ela retorna ao caderno para indicar bons restaurantes na cidade de São Paulo.
Quarta-feira é dia de sugestões de leitura trazidas pela jornalista do Estadão Maria Fernanda Rodrigues e das crônicas do antropólogo Roberto DaMatta. E também do historiador e professor Leandro Karnal, que continua a escrever também nos domingos. Às quintas, além das dicas de Patrícia Ferraz, a jornalista Luciana Garbin traz foco para as questões femininas na sociedade atual a cada 15 dias.
Já nas sextas-feiras, ao lado do conteúdo etílico de Gilberto Amendola, o escritor Marcelo Rubens Paiva recheia as páginas do C2 a cada 15 dias. Sábado é dia de falar sobre moda, com Alice Ferraz, e sobre vinhos, com Suzana Barelli – a cada 15 dias, o jornalista Sérgio Augusto também se une ao time de colunistas – e retorna aos domingos, nas páginas do Aliás, em semanas alternadas.
Ainda aos sábados, o caderno BE – Bem-Estar contará com as observações do psiquiatra Daniel Martins de Barros e da jornalista Renata Simões com uma coluna sobre autismo. No domingo, além das colunas já citadas, os escritores Milton Hatoum e Ignácio de Loyola Brandão se revezam nas páginas do C2 a cada 15 dias. Saudosismo. Foram aproximadamente 19 meses de Na Quarentena, com diversas reportagens marcantes, que retrataram as várias fases – e demandas – vividas ao longo da pandemia (a qual, vale sempre lembrar, ainda não acabou). Na primeira edição, destacamos os lançamentos das plataformas de streaming – que cresceram como nunca desde então.
Outro momento significativo foi a rara entrevista com a escritora Elena Ferrante, publicada em agosto de 2020, falando sobre seu processo de criação. “Escrever é como girar a faca na ferida”, disse na época, por e-mail – afinal, é preciso manter o mistério sobre sua identidade. Trouxemos também histórias dos profissionais que estavam na linha de frente, tratando as primeiras vítimas da covid-19, e relatando seus desafios, e outras de solidariedade, de quem optou por ajudar quem mais precisava.
Para ajudar o leitor em suas escolhas, nossa equipe também investiu em testes. O Paladar manteve sua avaliação de ovos de Páscoa e panetones, mas dessa vez foi preciso se adaptar: os jurados receberam as amostras remotamente, e de suas casas puderam fazer a degustação e escolher os melhores do mercado. A colunista Suzana Barelli também realizou diversas degustações de vinho para o caderno – afinal, quem resiste a uma taça? Quando a pandemia completou um ano – quem imaginava que fosse durar tanto? –, fizemos uma retrospectiva com imagens captadas pelos fotógrafos do Estadão pelas ruas de São Paulo, que ficaram vazias durante os dias de isolamento.
“Destaco dois aspectos, olhando em retrospectiva, do Na Quarentena. A diversidade de assuntos que oferecemos ao leitor diariamente cumpriu o objetivo que tínhamos definido de ajudá-lo a lidar de forma mais leve com tudo o que acontecia durante a pandemia do coronavírus. Nossas matérias também ajudaram o leitor em diversos momentos, e isso é algo que levaremos adiante como ensinamento no novo C2 e no Bem-Estar. Também gostaria de destacar o empenho da equipe de jornalistas envolvidos na produção diária desses conteúdos. O trabalho em equipe superou o distanciamento imposto pela covid e foi fundamental para o sucesso do caderno”, disse Daniel Fernandes, editor-coordenador do Núcleo Metrópole.
Para Adriana Moreira, que editava o Sextou! e agora assume o BE – Bem-Estar, foi um período de grandes desafios, mas muitas realizações. “Me sinto orgulhosa por termos ajudado os leitores a passar pelo período de isolamento, oferecendo informação de qualidade e entretenimento para toda a família, além de tratar de assuntos ligados à saúde física e mental, que se tornaram grandes demandas durante a pandemia”, diz.
* Um novo Estadão vem aí
A versão impressa do Estadão será renovada a partir do próximo domingo, 17. Com base nas expectativas dos leitores, ouvidos durante os 11 meses do projeto de transformação, o novo impresso terá inovações no conteúdo, com novas seções que priorizam o aprofundamento e o contexto dos fatos. Como resultado das pesquisas, o jornal impresso terá ainda um novo formato, o germânico (berliner). Mais fácil de manusear, ler e carregar, ele se adapta melhor ao dia a dia do leitor e já vem sendo adotado por jornais em vários países. Todas as mudanças têm como alicerce o jornalismo profissional e independente, ativos inegociáveis do jornal fundado há 146 anos.