SÃO PAULO - Um especialista em medicamentos soníferos testumunhou nesta quinta-feira no julgamento do médico Conrad Murray, acusado pelo homicídio culposo do astro pop Michael Jackson.
Nader Kamangar afirmou que o uso habitual do analgésico Demerol pode acarretar em um problema crônico de insônia, o que teria levado Murray a prescrever propofol ao artista, forte substância anestésica cuja overdose foi declarada a causa de sua morte.
O especialista afirmou que o uso indiscriminado de propofol, possibilitado pelo acusado, foi irresponsável. A defesa agora alega que parte da culpa deve ser atrobuída a outro médico, Arnold Klein. Era ele quem prescrevia Demerol a Michael, resultando no vício que levou Murray a tratar a insônia do astro.
"Costumo evitar a prescrição de Demerol", afirmou o Dr. Kamangar durante o depoimento. "Ele pode resultar em maior hiperatividade e excitação nos pacientes, atuando como estimulante, e pode causar insônia".
O juiz do caso, Michael Pastor, negou o pedido da defesa de levar ao julgamento o segundo médico, Dr. Klein, afirmando que seu testumunho seria insuficientemente relevante.