Escritores lamentam morte de Roberto Drummond

"O que me consola é que graças a nossa amizade ele retornou à fé cristã", diz Frei Betto

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Por Agencia Estado
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Escritores e amigos lamentaram morte de Roberto Drummond, ocorrida nesta sexta-feira: Lygia Fagundes Telles, escritora: "Não tenho muito o que dizer. Estou extremamente triste. Éramos muito amigos, viajamos juntos pelo País em lançamentos dos nossos livros, ele era uma adorável companhia. É difícil acreditar que tenha morrido tão cedo." Frei Betto, escritor: "Várias vezes, estive entre as pessoas a quem ele dedicou um livro, colaborei com ele quando fez o roteiro da minissérie Hilda Furacão. Acho que, agora, ele não está apenas sentindo o cheiro de Deus, ele está no colo de Deus. Ousou vencer o tabu de que só se pode fazer sucesso no Rio ou em São Paulo. O que me consola é que graças a nossa amizade ele retornou à fé cristã. É uma grande perda para a literatura e para o País, tão carente de pessoas lúcidas como ele." Guy de Almeida, jornalista: "Ele nos pegou de surpresa. De nossa geração, foi o que se realizou mais plenamente. Sua obra ultrapassou fronteiras. Parou no meio de um percurso que programou e que conseguiu executar: queria viver só de escrever e, assim, deu uma enorme contribuição à literatura e ao jornalismo." Ziraldo, escritor: "Conheço o Roberto desde menino. Era uma figura popularíssima em Belo Horizonte, um apaixonado pelo futebol. Acho que a tensão da véspera do jogo acabou contribuindo para isso. Ele merecia ter visto o gol do Ronaldinho Gaúcho." Deonísio da Silva, escritor: "Perdemos sobretudo um romancista e contista imaginoso, inventivo, inconformado com as capitanias hereditárias de nossas letras. É imortal pelos livros que escreveu. Assumiu que o escritor tinha função social e missão que iam além de escrever bons livros. Sempre que podia participava de congressos, encontros, embora tivesse um medo terrível de avião, o que fez com que viajasse de táxi de Belo Horizonte a Curitiba para receber o Prêmio Paraná na década de 70." João Ubaldo Riberiro : "Fiquei chocadíssimo quando soube da morte de Drumond. Não nos conhecíamos pessoalmente, mas nos dávamos à distância. Gostava dele e de sua obra. Ele era um dos mais importantes escritores contemporâneos do Brasil. É uma perda lamentável."

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