Empresária de Gisele procura novas estrelas

Monica Monteiro, que administra há dois anos a carreira da top model, vai abrir a sede brasileira da IGM, a mais poderosa agência de personalidades do mundo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Mônica Monteiro, a empresária de Gisele Bündchen, está a procura de uma nova Gisele. Não que tenha desistido de sua maior cliente - de quem é amiga desde a época em que a mais disputada modelo da atualidade passava os dias arrumando fichários na Elite (a primeira agência de que fez parte em São Paulo) por absoluta falta de coisa melhor para fazer. Mas como resultado de estar se saindo muito, mais muito bem no trato dos negócios da top - com quem trabalha exclusivamente, a convite dela, desde dezembro de 1999 - Mônica foi convidada pela IMG, a mais poderosa agência de personalidades do mundo, a chefiar sua sede brasileira, inaugurada em janeiro, e encontrar no País beldades com estampa e talento suficientes para se tornarem "supermodels" . Com 100 escritórios distribuídos pelo planeta, mais de três mil funcionários e clientes como o piloto Michael Schumacher e o pugilista Evander Holyfield, a empresa se dedica a gerenciar a carreira de grandes nomes do esporte (sua principal área de atuação), da música e da moda. Possui um cast selecionadíssimo. Gisele Bündchen é o primeiro - e principal - investimento da IMG no Brasil. Na sede da agência, em Moema, a top decora quase todos os cômodos, estampada em enormes fotografias para as quais, ela garante, não se cansa de olhar. Não poderia ser diferente. Afinal, a vida dessa ex-modelo e publicitária de 36 anos se divide entre antes e depois de Gisele. Mônica a.G (antes de Gisele) era booker da Elite (uma entre tantas!) e desde que aceitou agenciar a top no Brasil ganha comissão por cada trabalho dela - cujo passo na passarela vale cerca de R$ 800. Mônica enfrenta uma rotina puxadíssima: é também assessora de imprensa e confidente de Gisele. Só não precisa se passar por segurança porque, quando necessário - algumas vezes os seguranças que atendem Gisele são insuficientes para conter a multidão enlouquecida pela proximidade da top - convoca para isso o marido, Aloísio Lima, que também trabalha fazendo a ponte entre imprensa e a moça. "Ele é bem mais forte do que eu, né?". Do aeroporto, pouco antes de embarcar para o Rio Grande do Norte, onde vai passar alguns dias de férias, a empresária deu a seguinte entrevista: Você já encontrou meninas com potencial para virem a ser uma nova Gisele Bündchen? Mônica Monteiro - Cada vez que vou ao Sul fazer seleção vejo cerca de 800 pessoas em quatro dias. Desse montante pego no máximo duas. Até agora estou com quatro new faces (novos rostos), três meninas e um menino, e também a Daniela Sarahyba, que já é conhecida. Mas meu xodó, minha maior aposta, é a Tatiane Feix, uma garota que também é de Horizontina e também chegou a São Paulo com 13 anos, como a Gisele. É tudo igual (risos)! Ela me foi apresentada pela mesma pessoa que me apresentou a Gisele, é bem humorada como a Gisele, tem o mesmo jeito desinibido, sapeca... A Gisele não fica com ciúme de te ouvir falar dela assim? Ela fala que eu mimo demais a Tati (risos). E reclama: "comigo você não fazia assim". Eu apresentei as duas e a Gisele está dando uma força para ela. Qual o diferencial da IMG em relação às outras agências? A proposta de gerenciar carreiras. As agências pegam um monte de gente, deixam ali na na recepção, esperando, e vão mandando para um monte de testes. Se um cliente legal gosta de alguém, aí sim aquela pessoa começa a ser bem tratada. A IMG vai ter poucas pessoas em seu cast e trabalhar para levá-las ao topo da carreira. Isso será feito tanto com modelos comerciais quanto com modelos fashion, de passarela. E quanto a Gisele? Que papel você tem, na IMG, em relação a ela? É ir atrás, na América Latina, de clientes em potencial. A IMG traçou um plano para a carreira dela. Hoje a Gisele está com um grande cliente de moda no Brasil (C&A). O próximo passo é correr atrás de outros segmentos: cosméticos, companhias aéreas, refrigerantes... Tem muita gente querendo ela. Também é meu trabalho filtrar as propostas para escolher as interessantes. Não é perigoso associar a imagem dela a produtos? Isso não implica no risco de que a Gisele perca o glamour diante do público? A Gisele é um ícone. Tudo o que tinha a fazer como modelo já fez. Agora é hora de chegar nos grandes clientes, que são as empresas que realmente podem pagar o quanto vale uma "über model". Ela hoje é mais que uma modelo, é uma personalidade, por isso não há esse risco. A imagem de modelo número 1 ela carrega já há quase cinco anos. Na entrevista coletiva de Gisele na última edição da São Paulo Fashion Week, ela disse que pretende desfilar menos este ano. Trata-se de uma decisão estratégica? Desfilar é o trabalho mais desgatante para uma modelo. A Gisele veste sete, oito looks em cada desfile, os caras querem pôr todas as roupas nela porque ela vende muito. Como é necessário fazer a prova de roupa de todos, ela começava, em dia de desfile, a trabalhar às sete da manhã e terminava às duas da madrugada. Na última temporada que fez completa, começando em Nova York e terminando em Paris, acabou tendo problemas de estômago por não se alimentar direito, não dormir. Ela não precisa mais passar por isso, já é superconhecida. Até 2005 vai estar trabalhando como modelo. A Gisele tem um ótimo contrato com a Vitoria Secrets para os próximos anos. E depois disso? Ela fará cinema, como já foi especulado? Ela nunca pensou em fazer cinema. O Steven Spielberg pediu o book dela um tempo atrás, ela foi convidada para fazer As Panteras... A Gisele sabe que ser atriz não é simplesmente ter um corpão e um rosto bonito. É preciso estudar e ela não tem tempo. Ela diz que quando parar de trabalhar como modelo vai ficar só curtindo, andando a cavalo. Desde os 13 ela trabalha muito, né?

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