Empregado de Jackson diz que médico mandou esconder provas

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Por ALEX DOBUZINSKIS
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Um funcionário de Michael Jackson prestou depoimento na quarta-feira e afirmou que o médico do cantor ordenou que ele retirasse frascos de medicamento e material para administração de drogas intravenosas antes de chamar os paramédicos, no dia em que Jackson morreu. Os promotores querem provar que o médico Conrad Murray, que estava cuidando de Jackson na época de sua morte, foi negligente em seu tratamento e tentou encobrir seus erros. O depoimento de Alberto Alvarez, que disse ser o diretor de logística de Jackson, ocorreu no segundo dia das audiências para apurar se Murray deve ser julgado por homicídio culposo pela morte súbita do cantor de "Thriller", em junho de 2009. Membros da família Jackson, incluindo suas irmãs Janet e La Toya, sua mãe, Katherine, e seu pai, Joe, assistiram ao depoimento de Alvarez. O funcionário afirmou que o médico o chamou e disse que corresse ao quarto de Jackson, porque o cantor tinha tido "uma reação ruim". "Ele (Murray), em seguida, pegou um monte de garrafas ou frascos e me mandou colocá-los em um saco", disse Alvarez. Alvarez afirmou que Murray o mandou pegar um saco para administração intravenosa que tinha "uma substância leitosa" e colocá-lo com os outros frascos em um saco plástico, que foi colocado dentro de uma sacola de lona. Ele disse que não sabia onde os sacos foram parar. Na apresentação do caso, na terça-feira, em o promotor adjunto David Walgren disse que mais de 20 minutos se passaram entre o momento em que Murray encontrou Jackson desacordado e o ponto em que os paramédicos foram chamados. Nesse ínterim, e no final do dia, ele encobriu e escondeu provas, segundo os procuradores. O cantor e compositor de sucesso morreu de uma overdose de drogas em sua mansão em Los Angeles, aos 50 anos. Médicos legistas determinaram que sua morte deveu-se, principalmente, à intoxicação aguda por um poderoso anestésico, o propofol. A droga, um líquido branco leitoso, é mais frequentemente usado em ambiente hospitalar, mas Jackson pediu que fosse administrada em casa, como um sonífero. O cardiologista Murray, que atende em Houston, fora contratado para cuidar do cantor antes de uma série de show. Ele admitiu ter dado propofol a Jackson, mas não se declarou culpado de homicídio. Os procuradores acreditam que a audiência pode durar até duas semanas, e no final o juiz decidirá se há provas suficientes para levar Murray a julgamento. Especialistas acreditam que isso irá acontecer, porque o ônus da prova em uma audiência preliminar é relativamente baixo.

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