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Emoção à flor da pele em De Rouille et d?Os

Por AE
Atualização:

E, após o desastre do primeiro dia, algo se passou ontem no 65.º Festival de Cannes. Foi com o novo filme de Jacques Audiard. O diretor de Um Profeta, vencedor do grande prêmio há três anos, volta à competição com De Rouille et d?Os.Os dois filmes não poderiam ser mais diferentes. Um se passa numa cadeia, retrata um universo masculino, sombrio. Quase não tem mulheres. O outro é solar, continua abordando a violência, mas a relação agora é entre homem e mulher. Um filme de reconciliação. De um homem com uma mulher, de um pai com seu filho, de um irmão com a irmã. No limite, sobre um homem que se reconcilia consigo mesmo.Marion Cotillard, você conhece - a Piaf de Olivier Dahan, vencedora do César, do Oscar. Matthias Schoenaerts é um nome mais secreto. O cinéfilo lembra-se dele por Bullhead. Schoenaerts talvez venha a ser a consagração deste Festival de Cannes. Como Jean Dujardin foi no ano passado, com O Artista. Ambos representam tipos raros de macho e o belga é ainda melhor ator que seu colega francês. Durante boa parte do tempo, Schoenaerts parece só um físico. É brutal batendo, fazendo sexo. À mulher, ele diz que está OP, de operacional. Não nega fogo no seu vigor, embora na cena de nu frontal não seja páreo para o Michael Fassbender de Shame. Na verdade, Schonaerts está o tempo todo representando a impossibilidade de amar, de verbalizar o afeto, o desejo.Marion chegou belíssima para a coletiva. É alta, usava um vestido leve, os saltos muito altos a deixavam num segundo andar, em relação à plateia de jornalistas internacionais. E ela veio inteira. No filme, a personagem é uma instrutora de orcas que perde as duas pernas num incidente com a baleia gigantesca, na piscina. Há dez anos, Jacques Audiard admite que não conseguiria fazer este filme. Não havia tecnologia para apagar as pernas de Marion, como ocorre aqui. Como se representa a ausência do corpo? "Eu realmente não sei, um exercício de imaginação, talvez", reflete Marion. Suas cenas de sexo com o cavalão Matthias Schonaerts são intensas, para se dizer o mínimo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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