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Emissoras criam associação independente

Por Agencia Estado
Atualização:

A União Nacional das Emissoras e Redes de Televisão (Unert), formada pelas redes Bandeirantes, Record e SBT, foi criada oficialmente ontem. Os presidentes dessas redes reuniram-se em São Paulo para assinar a ata de fundação da nova entidade, que pretende ser a "Abert do B" no setor televisivo. Elas já haviam rompido publicamente com a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) desde o dia 23 de fevereiro por considerar que ela não as representava mais. Desde os anos 60, a Abert era a porta-voz dos interesses do empresariado das redes de televisão junto ao governo, mas há alguns anos vinha sendo alvo de críticas das três emissoras que viam nela uma representante da Rede Globo. Com a criação da Unert, Band, Record e SBT esperam ter mais espaço em negociações como a da TV digital ou a forma como será o ingresso do capital estrangeiro nos meios de comunicação, se for aprovada a proposta de emenda constitucional em tramitação no Senado. A sede da nova entidade deve ser em São Paulo. Os dirigentes das três redes, João Carlos Saad (Band), Luiz Sebastião Sandoval (SBT) e o bispo Honorilton Gonçalves (Record), terão encontros mensais para definir uma agenda própria. Paralelamente, devem pressionar alguns vice-presidentes da Abert a abdicarem de seus postos, uma vez que eles são empresários de TVs afiliadas da Band, da Record ou do SBT. "Não haverá necessidade de pedir. A Abert vai se concretizar como uma representante individual da Globo. É uma questão de coerência", afirmou Antonio Teles, vice-presidente executivo da Rede Bandeirantes. Pressão - "O que muda é que há uma vertente nova do poder dos meios de comunicação para se relacionar com a sociedade", disse Teles. Segundo Sandoval, a Unert não deve gerar um "problema político" já que agora existem duas entidades representativas do setor. Os dirigentes da Unert descartam a inclusão de novas emissoras na nova entidade, neste primeiro momento. Mas acreditam que ainda assim terão poder de barganha suficiente, respaldado pela soma das audiências das três redes, do número de afiliadas e pela penetração que os canais têm nas classes C, D e E. "A união prevê o combate a toda e qualquer forma de discriminação, prega o repúdio à subserviência dos meios de comunicação às pessoas que exercem o poder e considera a independência do setor um pressuposto irretorquível", afirma o comunicado oficial.

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