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Em SP, peça 'Kastelo' é encenada a 20 metros de altura

Por AE
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É a sombra do imponderável que faz de qualquer peça de teatro uma experiência fascinante. Textos que fogem da memória, luzes que não se acendem e crises de tosse fazem parte deste surpreendente cardápio. Desde que o Teatro da Vertigem estreou o espetáculo "Kastelo", no Sesc Avenida Paulista, um fator tem sido decisivo para a satisfação ou frustração do público (e do próprio elenco): as fortes chuvas de verão. "Kastelo" acontece do lado de fora do prédio do Sesc - com os atores suspensos a 20 metros de altura. Enquanto o elenco interpreta sobre balancins ou pendurado por cordas, o público acompanha a ação através das janelas do 3º andar. Por motivos de segurança, o espetáculo não pode ser realizado durante tempestades ou chuvas mais intensas. O perigo de escorregões, equipamentos danificados e descargas elétricas é levado a sério. Na quinta-feira, quando o Jornal da Tarde foi acompanhar os bastidores da peça, o céu escureceu. Por volta das 20 horas, a situação ainda não era preocupante. Afinal, a peça só começaria às 21 horas - e uma garoa não seria capaz de atrasar o cronograma da produção. Enquanto os atores se aqueciam, o contrarregra Victor Fonseca, 18 anos, subia no balancim e limpava 36 vidros no 3º andar. "Eles precisam estar bem limpos. Se chove, a visão de quem assiste também é prejudicada." Dez minutos antes do início da peça, pingos começam a cair sobre o prédio do Sesc. Os atores se reúnem em círculo e fazem uma oração - não um Pai Nosso, mas uma espécie de homenagem a Oxalá. O terceiro sinal foi dado. O teatro estava lotado, o espetáculo iria começar. Mas, após 15 minutos de espetáculo, atores sentem os pingos molhando o balancim, a maquiagem começa a se desfazer e os microfones falham. A chuva aperta e o espetáculo é cancelado.A decepção do público não é menor do que a do elenco. Segundo a produção, aquela era a segunda vez que "Kastelo" não chegava ao fim por causa da chuva. O público teve a opção de trocar seu ingresso para outro dia ou recuperar o dinheiro. As informações são do Jornal da Tarde.

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