23 de janeiro de 2012 | 03h08
Mas não vai dar. Hoje cedo, Selton volta ao Rio, onde ocorre amanhã a pré-estreia de Reis e Ratos, de Mauro Lima. Vai passar o dia inteiro dando entrevistas, mais ou menos o que já fez em Tiradentes, no sábado. Ele está curioso para ver o novo filme de seu diretor em Meu Nome não É Johnny. "Vi alguns cortes e me pareceu muito bacana. O Mauro é supertalentoso." Quando Selton viu Reis e Ratos, o filme ainda era em preto e branco. A distribuidora Warner resolveu que o filme deveria ser colorizado e, quem viu a nova versão, garante que ficou impressionante.
A homenagem a Selton, na sexta, incluiu a projeção, em pré-estreia nacional e internacional, de Billi Pig, que ele fez com direção de José Eduardo Belmonte. "É uma comédia muito divertida e o público adorou, mas é um público de festival. Estou cheio de expectativa para ver como será a reação do público de cinema." Selton, quando o repórter visitou o set de Billi Pig, disse que Belmonte e ele estavam defendendo a terceira via para o cinema brasileiro, para fugir à polarização entre o filme miúra, de autor, que ninguém vê, e a comédia descerebrada, que faz todo tipo de concessão para faturar.
O próprio Selton mostrou que a terceira via é possível com o sucesso de seu segundo longa como diretor - que ele também interpreta -, O Palhaço. O filme, sensível, autoral, fez 1,4 milhão de espectadores. "Foi um ano muito bom", Selton se refere a 2011. Está sendo agora coroado com a homenagem de Tiradentes. Ela ocorre no quadro da conceituação da 15ª edição da mostra, O Ator em Expansão. Há cerca de dez anos, Selton esteve pela primeira vez na Mostra de Tiradentes, com Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho. Esta década foi prodigiosa para ele, que acumulou sucessos (como ator) e ainda virou diretor (autor).
O ator em expansão. "Acho que tem tudo a ver com a minha geração. Não nos contentamos em fazer só uma coisa. Todo mundo tem múltiplos talentos e está mostrando isso. Matheus (Nachtergaele), Wagner (Moura) e Lázaro (Ramos) estão dirigindo. Gero (Camilo) é um grande dramaturgo. Cauã (Reymond) está começando a produzir." Talentos em expansão. O cinema brasileiro agradece. A Mostra Aurora, com curadoria do crítico Cléber Eduardo, deve apresentar sete longas. O quer abre hoje a competição é Balança, Mas Não Cai, de Leonardo Barcelos, no Cine-Tenda. /L.C.M.
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