Em debate, iranianos criticam obra de Paulo Coelho

Governo brasileiro pretende determinar qual foi a situação que enfrentou o escritor brasileiro, que denunciou em seu blog censura a seus livros no país islâmico

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Por Redação
Atualização:

Um dia depois de o escritor Paulo Coelho afirmar que seus livros foram proibidos pelo governo do Irã, a agência de notícias IBNA (Iran Book News Agency, na sigla em inglês), especializada em literatura, publicou texto a respeito de um fórum de especialistas críticos à obra do escritor brasileiro, realizado na segunda.

 

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Para Meghdad Hakimi, autor de Segredos do Alquimista (O que Coelho Diz?), parte do livro subestima as crenças muçulmanas. "Coelho tenta impor suas opiniões por meios simbólicos".

 

Ehsan Abbaslou, que apresentou a biografia de Coelho durante o debate, apontou que o trabalho de Coelho deve ser criticado porque  foi calorosamente recebido no Irã e acrescentou que não é apenas literário, mas dá dicas sobre misticismo e religião.

 

Ainda, de acordo com a nota da IBNA,  que garante não ter vínculos com o governo de Teerã, Coelho trabalharia pelo desenvolvimento da história da magia negra; segundo eles, um tema que surgiu após a 2ª Guerra Mundial com apoio de sionistas, cristãos e da Igreja Católica.

 

O mediador do debate Revendo Paulo Coelho, opiniões sobre O Alquimista, filosofou: "aqueles que dão as diretrizes para o pensamento e criam pontos de vista e sonhos, governam o mundo".

 

O escritor Paulo Coelho escreveu em seu blog que "nada neste estudo indica que é uma posicão do governo" do Irã, ao comentar o despacho da agência IBNA.

  

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Relações Exteriores. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, confirmou nesta terça-feira que pretende descobrir se os livros do escritor Paulo Coelho, um dos mais bem sucedidos do mundo, foram realmente censurados no Irã.

 

Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, o governo pretende determinar o que aconteceu e levou o escritor brasileiro a denunciar em seu blog censura a seus livros no país islâmico.

 

O autor de O Alquimistra e Verônica decide morrer comentou na segunda-feira, 10, em seu blog que seus livros são publicados no Irã desde 1998 e foram vendidos mais de 6 milhões de exemplares desde então.

 

"Conto com o governo brasileiro para que apoie a mim e aos meus livros pelos valores que admiramos", escreveu Coelho.

 

Acresentou também que, no domingo (9), seu editor iraniano, Araxh Hejazi, avisou-lhe sobre a proibição de seus livros, caracterizados por histórias de auto-ajuda e superação pessoal.

 

"Meus livros foram publicados sob diferentes governos no Irã. Uma decisão arbitrária, depois de 12 anos de presença no país, pode ser um mal-entendido", assinalou.

 

A ministra brasileira da Cultura, Ana de Holanda, comentou na segunda-feira, que lamentava a censura e que levaria o assunto ao Ministério das Relações Exteriores.

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"Pela Cultura, somente posso dizer que quaquer censura sempre é lamentável", declarou a ministra a jornalistas no Rio.

 

Coelho prometeu oferecer na web versões eletrônicas de seus livros em farsi para que seus leitores no Irã possam baixá-los. "Espero que este mal-entendido se resolva essa semana", comentou.

 

Texto atualizado às 17h25

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