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Em busca da versatilidade na tela

No ar em Longmire, Lou Diamond Phillips, de La Bamba, diz tentar fugir dos estereótipos que atrai por causa do tipo físico

Por JOÃO FERNANDO
Atualização:

Quando um telespectador deu de cara com Lou Diamond Phillips servindo bebidas atrás de um balcão, na série Longmire exibida desde ontem, no canal A&E, pode ter tido a impressão de ter visto a pessoa certa no lugar errado. Filipino radicado nos EUA, o ator permanece no imaginário por sua performance em La Bamba (1987)."Eu adoro aquele filme. Foi minha história de Cinderela. É incrível, pois ele já tem 25 anos, mas está a toda hora na TV paga, as novas gerações estão descobrindo. Ele toca o coração das pessoas. Por causa disso, quando me veem na rua, as pessoas gritam 'Ritchie'. Às vezes, é um pouco chato, mas eu sou muito grato pelo fato de que as pessoas ainda gostam", confessou o ator em uma teleconferência com um grupo de jornalistas da América Latina.No novo trabalho ele é Henry, dono de um bar em uma pequena cidade de um recanto esquecido do estado norte-americano de Wyoming. Na trama, baseada nos livros de Craig Johnson, o personagem de Phillips é o melhor amigo do protagonista, o xerife Walt Longmire, papel de Robert Taylor (o agente Jones de Matrix). Com uma história cheia de mistérios, o policial tenta reconstruir a vida após a morte da mulher enquanto zela pela ordem e investiga os crimes da região.A produção tem um clima western que, segundo o ator, tem a ver com sua história. "Eu fui criado no Texas, é algo que vivi e entendo. Nunca fui caubói, mas cresci com eles", garante Phillips, que ajudará Longmire em suas ações policiais. "Meu pai era militar. Sei como é aquela vida, pois cresci em bases da marinha ao redor do mundo. É parte do meu DNA. Quando faço esses papéis, quero trazer dignidade", filosofa.Para Lou Diamond Phillips, a nova série não lembra as outras com temática do oeste norte-americano. "Há programas como este, mas eles não captaram a atmosfera western como nós. Vegas é sobre os gângsteres e Justified é meio gótico. No nosso, há uma coisa retrô e contemporânea no crime", justifica.Além de ficar lado a lado com o poder local, Henry tem uma ligação com os poucos indígenas que sobraram na região, grupo do qual descende. "Represento a nação cheyenne, uma comunidade real. É importante fazer isso corretamente. Fui à reserva deles em Montana, participei de uma cerimônia, recebi uma espécie de bênção."Por causa do tipo físico, Phillips diz convencer o público como índio, apesar da origem filipina. "Eu recebo cumprimentos de indígenas norte-americanos", afirma. Mesmo com facilidade para interpretar estereótipos, o artista explica que preferiu variar os personagens que encarna. "Tem gente que ganha muito dinheiro fazendo uma coisa só e faz bem. Entretanto, há muitas histórias diferentes para se contar", sentencia.

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