Elias Andreato

Ator e Diretor premiado, Andreato fala sobre sua versão de Édipo, que estreia no festival de Curitiba, e sobre o novo espetáculo de Maria Bethânia

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Por Maria Eugenia de Menezes
Atualização:

Você vai estrear uma montagem de Édipo no Festival de Curitiba. O espetáculo vem para São Paulo também? Sim. Estreamos em maio no Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura. Vamos fazer uma sessão por semana, às terças. A ideia é conversar com as pessoas, ver se tem gente interessada nisso ainda hoje. Fiz o Édipo há muitos anos, como ator. Além da direção, nessa versão você assina também a adaptação. Seguiu fielmente o texto ou buscou outras referências? Não sou um estudioso, sou um artista. Então, me permito algumas licenças poéticas. Meu compromisso é contar essa história. E ela é tão forte que não precisa de muita coisa. Não queria montar uma tragédia para as pessoas acharem que é chato. Não pensei em simplificar nada, mas sintetizei o coro e também não queria me preocupar com cenário, figurino. Queria me concentrar nos atores, no jogo do teatro. Ficar no essencial. No Rio de Janeiro, um cenário ainda dominado pelas comédias, o seu espetáculo Doido fez muito sucesso em 2010. Isso o surpreendeu? Foi mesmo surpreendente. Tinha tanta certeza que as pessoas iam odiar que pedi para fazer só um fim de semana no Rio. Acabei ficando três meses em cartaz. Tive a sensação muito clara de que as pessoas estão querendo ouvir outras coisas também. Eu adoro comédia, mas não precisa ser só isso.E agora você vai dirigir um espetáculo com a Maria Bethânia? Na verdade, eu dirigi lá no Rio. É um trabalho que ela já faz sozinha há muito tempo, lendo alguns poemas. Mas, como ia ser num teatro, eu ajudei a pensar uma luz, um espaço. Fiz uma pequena direção. Aqui em São Paulo ela fará três apresentações no Teatro Faap no final do mês. É lindo porque sai daquela linha de show. Ela aparece só dizendo os textos e cantando quase à capela. São só dois músicos tocando violão e percussão.E você participou da seleção dos textos? Em Doido você faz isso muito bem, essa costura de textos de vários autores.Eu aprendi muito com o Fauzi Arap e com a Bethânia. Eu os conheci quando tinha 17 anos, era fã. Eles me apresentaram a muitos poetas e eu fui descobrindo como fazer isso, ir juntando essas coisas.

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