Eleição na TV Cultura: Jorge da Cunha Lima deve continuar presidente

No próximo dia 6 de abril, a Fundação Padre Anchieta terá eleições para a direção executiva, o que poderia significar mudanças na forma de condução da TV Cultura e da Rádio Cultura, AM e FM

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Por Agencia Estado
Atualização:

No próximo dia 6 de abril, a Fundação Padre Anchieta terá eleições para a direção executiva, o que poderia significar mudanças na forma de condução da TV Cultura e da Rádio Cultura, AM e FM. Mas, por enquanto, só uma chapa é candidata à direção, e é a da situação. O atual presidente da fundação, o advogado, escritor e jornalista Jorge da Cunha Lima, está desde 1995 no cargo. Antes dele, só Roberto Muylaert ficou tanto tempo na presidência, dirigindo a TV Cultura durante 9 anos. A diretoria executiva é eleita para um período de três anos e a renovação de seu mandato depende da apresentação da candidatura por cinco membros do conselho. Na primeira reeleição de Cunha Lima, havia um clima de disputa política, principalmente porque algumas das medidas administrativas da direção da TV Cultura eram contestadas na época. Mas Lima elegeu-se com ampla maioria de votos. Dos 36 conselheiros presentes à reunião, 31 votaram por sua reeleição. Quatro votaram em branco e outro se absteve. O ex-governador de São Paulo e ex-ministro Abreu Sodré (já morto), membro emérito do conselho da fundação, protestou veementemente na ocasião. "Não vou comparecer a essa eleição", disse. "Ele é um mau candidato, é incompetente e fez uma gestão condenável", afirmou. "Eu considero esse um trabalho de missão, para o qual estou dando três turnos de minha vida", disse Cunha Lima na segunda-feira. "Houve efetivamente uma crise no conselho na época da reeleição, porque uma parte dele era contra minha ideologia, minha filosofia e meu jeito de trabalhar", afirmou o presidente da fundação. Segundo ele, não foi uma manifestação pública, mas de "setores minoritários" do conselho. "Atualmente, o conselho está unanimemente satisfeito com o desempenho da diretoria", diz o advogado Modesto Carvalhosa. "Ele não é um ditadorzinho, segue as opiniões do conselho e a relação é muito democrática", pondera Carvalhosa, que crê que a reeleição se dará sem problemas. "Não há partidos políticos aqui dentro." Cunha Lima, que é ligado ao PSDB, teve de enfrentar uma crescente crise financeira na TV Cultura nos primeiros três anos na presidência. Com um déficit mensal de R$ 900 mil, chegou a demitir inicialmente 623 do total de 1.674 funcionários. Na eleição de abril, espera-se pouca oposição à continuidade da gestão Cunha Lima, já que o conselho é integrado hoje por muitos nomes ligados ao partido do presidente, como David Zylbersztajn e Luiz Carlos Bresser Pereira. Mesmo os membros vitalícios do conselho são ligados ao tucanato. Eles são três, sendo que um é o próprio Cunha Lima e outro é Fábio Magalhães, presidente do Memorial da América Latina. "Se não tiver muito apoio do conselho, é difícil dirigir isso aqui, porque é o conselho que norteia a manutenção da programação, por exemplo", afirmou Lima. Ele discorda da tese de que o tucanato está forte e numeroso no conselho da Fundação Padre Anchieta. "Hoje mesmo (ontem) nós elegemos seis novos integrantes do conselho e nenhum deles é ligado ao PSDB", afirmou.

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