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Eduardo Srur lança livro 'Manual de Intervenção Urbana'

Por AE
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Em 2004, quando o prédio do Instituto do Câncer, na Avenida Dr. Arnaldo de São Paulo, era apenas um grande esqueleto de concreto, o artista Eduardo Srur colocou 35 barracas de camping coloridas em 24 andares da fachada do edifício, todas elas iluminadas, o que criava uma bela e leve imagem na metrópole à noite. "Acampamento dos Anjos", naquela época, era uma obra de ensejo poético, até "espiritual", como diz Srur, mas o pintor já promoveu outras tantas intervenções urbanas que chamaram a atenção pelo caráter crítico e provocativo, como "A Arte Salva" (2011), em que depositou 360 boias salva-vidas no Congresso Nacional em Brasília."Sempre tive interesse em construir trabalhos pensando no espectador, levar a arte para além do circuito artístico", afirma Eduardo Srur, que lança nesta quarta-feira, no Museu da Imagem e do Som (MIS), um livro original e oportuno, "Manual de Intervenção Urbana" (Bei Editora), obra sobre 16 anos de trajetória do artista. O manual, que documenta, analisa e incentiva a ação, tem textos do próprio Srur, editados com a ajuda de Marcelo Rezende.Em 1996, Eduardo Srur pintava "composições realistas", como lembra, em que retratava "veículos velhos e abandonados nas paisagens naturais". A pesquisa nasceu de viagem que o artista realizou pela costa do Pacífico e pela Cordilheira dos Andes. Mais adiante, no início dos anos 2000, contêineres empilhados transformaram-se nos temas de suas pinturas, revelando uma carga de "mistério".Desse modo, o pintor teve a necessidade de ir para o espaço público, transformando o suporte de sua obra das telas para a escala urbana. "A cidade é colocada como plataforma de trabalho, mas nunca abandonando o olhar diferente do artista", define Srur. De certa forma, ele até ficou um pouco "rebelde" com as intervenções urbanas efêmeras que começou a realizar, encaradas como ações de "guerrilha" - mas este ano, ele conta, voltou a pintar telas da série "Fardo" já que "o artista pode ser mais de um ator ao mesmo tempo no sistema".A raiz pictórica, balanceada com olhar crítico e até com humor, sempre fizeram dos trabalhos de Eduardo Srur, de 38 anos, obras chamativas que nunca deixaram de lado o "encantamento". Para ele, sua produção é política em um país em que poucos criadores são diretamente políticos.A poluição, por exemplo, já foi tema de intervenções como "Caiaques" (2006), um acúmulo de caiaques tripulados por manequins nas águas poluídas do Rio Pinheiros, ou de "PETS" (2008), em que o artista depositou 20 esculturas infláveis gigantes em forma de garrafas PET em uma extensão do Rio Tietê. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.MANUAL DE INTERVENÇÃO URBANAAutor: Eduardo Srur. Editora: Bei (256 páginas). Preço: R$ 80.LANÇAMENTOMIS (Avenida Europa, 158). Quarta, a partir das 19 h.

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