Eduardo Bueno lança livro sobre o pau-brasil

O livro Pau-Brasil, que reúne textos sobre a importância cultural da madeira ao longo de quatro séculos da história do Brasil, será lançado nesta terça, no Museu da Casa Brasileira

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Por Agencia Estado
Atualização:

O jornalista Eduardo Bueno lança nesta terça-feira, no Museu da Casa Brasileira, o livro Pau-Brasil, reunião de textos a respeito da importância cultural da madeira ao longo de quatro séculos da história do Brasil. Ao lado de textos de outros sete autores internacionais e nacionais, o livro aborda desde o papel da madeira como protagonista do primeiro ciclo econômico do País até o abandono em que se encontram as últimas reservas de pau-brasil, passando também por seus aspectos ecológicos e pela sua importância histórica. Autor da coleção Terra Brasilis, Eduardo Bueno define o livro, ricamente ilustrado, como uma "história real e iconográfica do pau-brasil", procurando mostrar que o modo como o País tratou dos assuntos relacionados à madeira tem muito a dizer a respeito da sociedade brasileira e suas práticas. Para isso, baseia-se em diferentes abordagens. Ao lado dos botânicos Haroldo Cavalcante de Lima e Gwilym P. Lewis, Bueno abre o livro escrevendo sobre o surgimento e as principais características da espécie. Em seguida, o pesquisador Fernando Lourenço Fernandes discute uma série de máximas colocadas pela história oficial do período colonial brasileiro, mostrando como, por exemplo, o pau-brasil pode ajudar na teoria de que os portugueses estiveram por aqui antes de 1500. Na seqüência, o almirante Max Justo Guedes, especialista nas navegações européias do século 16, comenta a presença francesa no período do descobrimento e a necessidade de Portugal defender seu território, colonizando-o, em princípio, com a extração do pau-brasil. Ainda tendo as relações entre França e Brasil como tema, o pesquisador e jornalista Jean-Marc Montaigne mostra como foi o contato entre normandos e indígenas, e a troca de influências entre os dois povos. Especialista em tintura e moda, Ana Roquero foca sua atenção no resgate do fascínio provocado pela cor púrpura, desde a Antiguidade até a Revolução Industrial, passando, evidentemente, pelo período da colonização do Brasil. Ela mostra por exemplo, como o pau-brasil lançou novas tendências na moda européia. Em seu ensaio, o filósofo e jornalista Nivaldo Manzano preocupa-se em analisar a nobreza e a burguesia européia dos séculos 16 e 17. Na sua opinião, esta abordagem revela que a exploração do pau-brasil está relacionada a temas contemporâneos como monopólio, privatização, corrupção e dívida externa. Por fim, Eduardo Bueno e Haroldo Cavalcante de Lima procuram, mais do que constatar a possibilidade cada vez mais próxima de extinção tendo em vista, entre outros elementos, a extração ilegal, apontar saídas para o cultivo e a preservação do pau-brasil. Entre elas, um plano de ação traçado em um congresso, em Búzios, em 1997, sempre tendo em vista que, para os autores, a "conscientização da importância da espécie em nossa história é fundamental para que haja apoio ao movimento para a preservação". Serviço - Pau-Brasil. Organizado por Eduardo Bueno. Axis Mundi Editora. 280 páginas. R$ 35,00 (edição simples) e R$ 80,00 (edição de luxo). Terça, a partir das 19 horas. Informações pelo tel. 3846-6229. Museu da Casa Brasileira. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.705, São Paulo.

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