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Editora do Le Monde se demite após divergências com equipe

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Por Redação
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Natalie Nougayrède, primeira mulher editora-chefe do prestigioso jornal francês Le Monde, deixou o cargo nesta quarta-feira depois de uma disputa de poder com os principais editores, que na semana passada fizeram um protesto sobre seus planos de renovação do jornal. Na semana passada, sete editores sênior pediram demissão depois de crescentes divergências sobre os planos de um novo formato de impressão, uma edição para tablets e desacordos sobre remanejamento de pessoal. "Os ataques pessoais e diretos contra mim e a direção impedem a implementação do plano de transformação que apresentei aos acionistas e que exige ampla cooperação das equipes editoriais", disse Nougayrède em um e-mail para os funcionários. Correspondente estrangeira que conquistou reconhecimento cobrindo a Europa Oriental e a Rússia, Nougayrède ganhou prêmios por seu trabalho sobre o conflito checheno, mas tinha pouca experiência na complexa estrutura de administração do jornal. Sua demissão vem quase um ano depois de conseguir um recorde de 80 por cento de apoio na votação do jornal para o cargo de editora-chefe, após a morte repentina de seu antecessor, Erik Izraelewicz, em decorrência de um ataque cardíaco em sua sala de trabalho. O Le Monde, cuja edição impressa sai na hora do almoço, foi lançado no final da ocupação nazista da França, em 1944, e é uns dos principais jornais do país, ao lado do mais conservador Le Figaro. Nos últimos anos, o jornal mergulhou em dívidas, assim como outros grupos de mídia em todo o mundo, e a editora-chefe se esforçava para manter a receita em meio à desaceleração econômica e à competição de sites gratuitos da Internet. (Reportagem de Mark John; Reportagem adicional de Gwenaelle Barzic)

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