Editor de Paulo Coelho rebate Embaixada do Irã no Brasil

Arash Hezaji foi acusado de criar a notícia da proibição das obras do autor brasileiro no país persa

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Arash Hezaji, editor dos livros de Paulo Coelho no Irã, respondeu nesta sexta-feira, 14, à nota divulgada ontem pela embaixada do país persa no Brasil que nega a existência da censura e o acusa de ter criado, com a colaboração dos Estados Unidos e de Israel, a notícia de que os livros do autor brasileiro foram banidos. Na nota, a diplomacia iraniana diz que o editor pretende "manchar a imagem do Irã" e prejudicar as "relações sinceras entre Brasil e Irã".

 

PUBLICIDADE

A informação de que os livros teriam sido banidos foi revelada por Paulo Celho na última segunda-feira. O autor recebeu, no domingo, um e-mail em que o editor dizia que todas as obras dele haviam sido proibidas.

 

Na nota divulgada ontem, a embaixada também diz que Arash Hezaji é "acusado do homicídio da Sra. Neda Aghar Soltan depois das últimas eleições presidenciais, o qual é o principal suspeito e que encontra-se neste momento foragido e procurado". Segundo os diplomatas iranianos, a censura seria à editora de Hezaji, não contra as obras do autor brasileiro especificamente.

 

Em sua página pessoal na internet, Hezaji rebateu as acusações. "Já expliquei as circunstâncias da morte de Neda, várias vezes. Eu estava lá quando ela foi atingida por um membro do Basij, e tentei ajudá-la. O povo pegou o atirador e, em seguida, o liberou por medo. Eu, então, deixei o Irã, e contei ao mundo o que havia acontecido lá, quando percebi que o governo e a mídia estatal estavam distorcendo a verdade (...)".

 

"Neda não é a única pessoa morta no Irã (...). Todas essas pessoas, inocentemente assassinadas, têm sido vítimas de uma conspiração internacional?", questiona o editor.

 

Hejazi também esclareceu como teria ficado sabendo da censura. "Fui informado por alguém 'de dentro' do Ministério da Cultura sobre a proibição de livros de Paulo, e transmiti a informação a Paulo. Se os livros não estão proibidos, ótimo! Se as pressões fizeram com que o Ministério recuasse e autorizasse os livros, ótimo! Se estão mentindo, vergonha deles".

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.