
31 de março de 2011 | 10h10
O festival, em sua 16.ª edição, tem seu título inspirado no filme incompleto realizado por Orson Welles no Brasil. Na abertura, a exibição de "The Black Power Mixtape", de Göran Hugo Olsson, sobre o movimento ativista negro nos Estados Unidos, no fim da década de 1960, começo dos 70. Início estupendo, sem dúvida, mas apenas um aperitivo para o cardápio completo, que terá um total de 92 documentários vindos de 29 países diferentes. Entre eles, 18 brasileiros inéditos, prova de que o gênero se encontra em grande fase no País.
Como não se perder em meio à maratona? Amir acha que é melhor não opinar nem eleger favoritos: "Todos esses títulos selecionados representam apenas 5% dos que se inscreveram; é um universo muito amplo, de modo que dar dicas seria um pouco como fazer a escolha de Sofia".
Para quem não se lembra do filme "A Escolha de Sofia", de Alan Pakula, nele a personagem de Meryl Streep se vê obrigada a escolher entre dois filhos queridos, para salvar um e sacrificar o outro. Um dilema terrível, como o que acomete o diretor de um festival quando convidado a optar entre filmes selecionados.
Se Amir, compreensivelmente, prefere não citar títulos favoritos, não se nega a discutir uma espécie de linha geral que passa entre os filmes que serão apresentados este ano: "A novíssima safra me parece marcada por essa ênfase em captar sob a ótica privada as principais questões públicas, como o movimento pela democratização no Irã (A Onda Verde) e o fortalecimento do engajamento religioso (Posição Entre as Estrelas), para ficar em apenas dois exemplos. É como se houvesse agora uma síntese dialética entre a tendência intimista que era marcante na década de 1990 e a retomada social e política que se seguiu ao 11 de setembro". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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