''É quase a pedra fundamental do idioma''

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Por Raquel Cozer
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ENTREVISTAPIERO BAGNARIOLQUADRINISTA ITALIANO RADICADO NO BRASILPor que resolveu adaptar a Divina Comédia?A editora me convidou a adaptar um clássico da literatura italiana, e a escolha foi meio natural. A Comédia é quase a pedra fundamental do idioma.O que já conhecia do livro?Tinha lido na escola, mas meu pai, Giuseppe, conhece bem a obra e me ajudou no roteiro. Tivemos ainda consultoria da Maria Teresa Arrigoni, especialista na obra dantesca.Como foi adaptar a partir de trechos já traduzidos?Jorge Wanderley tinha traduzido todo o Inferno, mas Henriqueta Lisboa e Haroldo de Campos tinham vertido só partes do Purgatório e do Paraíso, respectivamente. Partimos do original em italiano, e os trechos que não tínhamos, adaptamos num enredo que retrata um pouco a vida de Dante e serve de pano de fundo.O que foi mais difícil e interessante adaptar?O Purgatório tem a cena de uma procissão, uma alegoria da história da Igreja, que foi bem difícil traduzir graficamente. O mais interessante foi a mudança de estilo de um reino para o outro: grotesco no Inferno, elegíaco no Purgatório e sublime no Paraíso.

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