02 de abril de 2010 | 00h00
Produtora de É Proibido Fumar, melhor filme da noite, Sara Silveira havia feito a derradeira, mas crucial, declaração durante a noite. Eleito por um júri de profissionais que escolhe entre três finalistas de várias categorias (escolhidos pelo público), o vencedor do prêmio é sempre uma produção paulista realizada no ano anterior. "Eu sou pé-quente mesmo. Mais um prêmio para este filme! E olha que nem pedi para muita gente voltar", brincou Sara. "Mas eu pedi, sim", rebateu a diretora de É Proibido Fumar, Anna Muylaert, que já havia sido vencido como o melhor filme do Festival de Brasília 2009.
Mas a declaração de Sara, que vale mais que qualquer prêmio, foi, na verdade, uma espécie de reivindicação já clássica do setor: "Tudo que a Anna escreve, deixo filmar à vontade. Só controlo um pouquinho porque dinheiro é duro de conseguir para fazer cinema, não é sr. Paulo Skaf (presidente da Fiesp)? E deixo aqui um recado. A gente produz filme, mas ainda precisa pensar na distribuição, sr. Paulo Rangel (presidente da Agência Nacional do Cinema). Fiz três filmes ano passado e vou fazer mais outros este ano. Mas a gente tem de conseguir mostrar esses filmes!"
Ponto alto. Foi o momento alto de uma noite animada e um tanto correta demais. Interessante perceber que os tão maçantes agradecimentos dos premiados acabam sendo, por fim, o que fica de registro de premiações como essa. Prova disso foi a declaração do diretor de Pão com Mortadela. Enquanto o "gargalo da distribuição" continua sendo assunto, o curta-metragista, que chegou atrasado e foi barrado no baile, mas levou o prêmio de melhor curta-metragem, falou bem sobre a classe: "Agradeço muito este prêmio. É muito importante que nossa área seja fortalecida e cada vez mais profissional."
PREMIADOS
Filme
É Proibido Fumar
Diretor
Fernando Meirelles e Tonico Mello (Som e Fúria)
Atriz
Glória Pires (É Proibido Fumar)
Ator
Cauã Reymond (Se Nada Mais Der Certo)
Encontrou algum erro? Entre em contato