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...e Brasília vai andar de gôndola

Por Camila Molina
Atualização:

  A Fundação Bienal de São Paulo, que por meio de parceria com o Ministério da Cultura e Ministério das Relações Exteriores é responsável pela representação nacional brasileira nas Bienais de Veneza - tanto a de arquitetura como a de artes -, lançou como proposta que a exposição desta edição teria como tema a efeméride dos

50 anos da construção de Brasília

. Como conta Ricardo Ohtake, seu projeto curatorial foi escolhido em concurso. Sob o título 50 Anos Depois de Brasília, a mostra no pavilhão Brasil, nos Giardini, reúne projetos de sete arquitetos convidados.

"Achei que era uma peculiaridade o arquiteto que fez Brasília, Oscar Niemeyer, ser vivo, e ele também deveria ser mostrado", diz Ohtake. Na mostra, a capital federal (construída entre 1956 e 1960) é citada por meio de fotografias, maquetes e pelo desenho urbanístico criado por Lucio Costa.

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Gerações.

Já dentro do espírito do tema curatorial da exposição, Niemeyer, que em dezembro completará 103 anos, comparece com mais destaque com projetos que criou depois de Brasília, como as sedes do Partido Comunista Francês e da Editora Mondadori na Itália - de quando ele viveu, na década de 1960, exilado do Brasil - e, no País, o Memorial da América Latina, em São Paulo, e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o sambódromo do Rio, e seu mais recente projeto inaugurado, o auditório para a cidade italiana de Ravello, entre outros. São obras emblemáticas e bem conhecidas, mas o curador acredita que desconhecidas para jovens arquitetos e os visitantes em geral da Bienal de Veneza.

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O pós-Brasília é mote para se apresentar, enfim, uma seleção eclética de obras de gerações distintas. Do escritório de Mario Biselli e Artur Katchborian, criado em 1987, o curador destaca "a obra de grande porte", uma "arquitetura pensada em termos industriais",afirma, apresentando, assim, os projetos do Aeroporto Internacional de Florianópolis (SC), o Teatro de Natal (PA) e o Centro Municipal de Arte e Educação dos Pimentas para Guarulhos (SP). Em certo contraponto, aparece a obra de Angelo Bucci, de "construção mais artesanal, arquitetura moldada", em que o destaque é a Midiateca da PUC do Rio.

Os mais jovens da exposição são Daniel Corsi e Dani Hirano, de 29 anos cada um, representados por quatro obras, entre elas, o projeto da Casa Global - em forma de ovo e original em seus conceitos. Ainda na mostra, Marcos Boldarini exibe criações focadas em favelas e Gustavo Penna, trabalho concebido para Belo Horizonte como parte do centenário da imigração japonesa no Brasil.

 

OS NOMES DO BRASIL

Mario Biselli e Artur Katchborian

O escritório que se dedica a uma arquitetura de grande porte, como destaca o curador, comparece com obras do Aeroporto Internacional de Florianópolis (2004), o Teatro de Natal (2005) e o Centro Municipal de Arte e Educação dos Pimentas, em Guarulhos (2008/2009).

Angelo Bucci

O arquiteto do escritório SPBR está representado pelos projetos da Midiateca da PUC do Rio (2006/09); casa em Ubatuba (2007/09) e por igreja de Culiacan, México (2009).

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Daniel Corsi e Dani Hirano

Os mais jovens da representação brasileira na Bienal, apresentam o Museu Exploratório de Ciências da Unicamp (2009), o Parque do Lago de Quito, Equador (2008), Complexo Trabalhista de Goiânia (2007) e a Casa Global (2005).

Marcos Boldarini

Centrado em obras voltadas para favelas, o arquiteto expõe os projetos Cantinho do Céu - Entre A Casa e A Água, para Billings, e Grotinho, concebido para Paraisópolis, ambos em São Paulo.

Gustavo Penna

O arquiteto mineiro também foi convidado por Ricardo Ohtake e apresenta obra criada para Belo Horizonte, especialmente como parte do Ano da Imigração Japonesa no Brasil, em 2008.

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