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Duas visões do amor refrescam temporada do TBC

Amanhã, entra em cartaz A Luz dos Olhos Meus, embalada por composições de Chico César. No fim de semana, estréia o infantil Anunciação

Por Agencia Estado
Atualização:

Com seis composições criadas especialmente por Chico César, estréia nesta terça-feira no Teatro Brasileiro de Comédia a peça A Luz dos Olhos Meus, texto e direção de Eliézer Rollim e no elenco está seu irmão Lincoln Rollim e Patrícia Horta. E nesse fim de semana, no mesmo teatro, volta ao cartaz o infantil Anunciação, com texto e direção de Lincoln, espetáculo ganhador do Prêmio Panamco 2000 na categoria estréia. Por coincidência, os dois espetáculos falam de amor. A inspiração para A Luz dos Olhos Meus surgiu há dois anos, quandos os irmãos Eliézer e Lincoln participavam, no Nordeste, das gravações do filme O Baile Perfumado. "Estávamos numa rodoviária de Garanhuns, em Pernambuco, sem ter o que fazer, quando vimos um cego e uma mulher, sua guia, ele tocando um realejo e ela uma viola de plástico", conta Eliézer. "Nos aproximamos e quando a mulher saiu de perto por uns minutos, ele perguntou se ela era bonita, dizendo que ´arrumaram´ ela para ele. A felicidade deles transbordava. Ambos estavam em estado de graça. Eram pessoas sozinhas e alguém resolveu juntá-los. Eles não tinham nada, mas tinham tudo. Estavam felizes de terem um ao outro", diz Lincoln. Esse encontro foi o ponto de partida para o espetáculo que estréia amanhã à noite. A história do cego Quinô (Lincoln) que vive só num casebre depois de uma longa separação da esposa, que o traiu. Subitamente, chega a sua casa Candinha, trazendo uma carta da ex-mulher, uma carta de perdão. Começa aí uma relação entre Quinô e Candinha, cheia de arestas de início. "Ele é grosseiro e resmungão com ela, que já gostava dele há alguma tempo", diz Lincoln. Quinô perdera a confiança nas mulheres, confiança aos poucos recobrada pela atitude de Candinha. Aos poucos, a rudeza vai cedendo lugar à ternura. "O texto é muito bonito. O mais difícil foi fazer o olho do cego. Foi um longo exercício", comenta Lincoln. O cenário remete a um casebre, mas é feito de nichos, onde estão depositados os mais diversos objetos, imagens de santos entre eles. "Cegos guiam-se pelo tato, então achamos legal criar paredes para serem tocadas, com sua organização muito particular." Fácil mesmo foi conseguir a participação de Chico César. Afinal, ele e os irmãos Rollim cresceram em cidades vizinhas na Paraíba. A amizade entre eles começou na infância e consolidou-se mais tarde, quando estudavam em João Pessoa. Eliézer é ainda o autor da adaptação do texto de Vau de Sarapalha para o Grupo Piollim. Afinado com esses artistas, Chico César assistiu aos ensaios e compôs uma trilha que, segundo Eliézer, contribuiu intensamente para a beleza e dramaticidade do espetáculo. Assim como A Luz dos Olhos Meus, o infantil Anunciação conta uma história de amor, mas numa linguagem bem diferente. "Aqui a linha é mais para o folhetim circense", diz Lincoln. O casal em Anunciação é formado pelos palhaços Carlão e Fiorina. "Na tradicional dupla de palhaços os números têm pontapé na bunda, um palhaço dominador e outro que obedece, além de tapas e socos. E, dificilmente, tem mulher palhaço nesse história", observa o diretor. O humor nos números de Carlão e Fiorina surge justamente do namoro entre eles, namoro puro, quase platônico, com o qual as crianças se identificam e se encantam. A Luz dos Olhos Meus. Drama. Texto e direção Eliézer Rolim. Duração: 50 min. Terça a quinta, às 21 horas. R$ 15,00. Anunciação. Texto e direção Lincoln Rollin. Duração 50 minutos. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 10,00; TBC. Rua Major Diogo, 315, tel. 3115-4622. Até 23/11.

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