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Drama e política assombram o Oscar 2008

Por ARTHUR S
Atualização:

As limusines estão a postos e os belos vestidos já foram emprestados ou comprados. Hollywood está pronta para um brilhante domingo de Oscar, mas os filmes que serão homenageados devem ser dramas pessimistas e comédias politizadas. Tendo escolhido John Stewart, o maior satirista político dos EUA, como mestre de cerimônias no meio de uma campanha presidencial, os organizadores do Oscar esperam apimentar a grande noite de Hollywood com piadas que serão repetidas junto aos bebedouros na segunda-feira. O produtor Gil Cates prometeu uma cerimônia repleta de grandes estrelas como George Clooney, Cate Blanchett, a cantora da Broadway Kristin Chenoweth e a sensação adolescente Miley Cyrus para animar a platéia. Ainda assim, o tempo chuvoso pode conspirar contra as festividades e umedecer o carpete vermelho que se espera estar reluzente. Hollywood não pode dizer que a temporada pré-Oscar tenha sido fervilhante este ano, já que uma greve de roteiristas de três meses encerrada recentemente causou o cancelamento ou a abreviação de cerimônias de premiação. Especialistas dizem que as indicações de melhor filme deste ano refletem o clima dos 5.800 membros votantes da Academia de Artes Cinematográficas e Ciências. Os dois favoritos são violentos, um terceiro indicado fala de ganância empresarial e legal, um quarto trata de traição familiar e o quinto lida com gravidez na adolescência -- e este é o filme engraçado da leva. "Onde os fracos não têm vez", dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen, mostra uma assassino insano interpretado por Javier Bardem como personagem principal. Recebeu oito indicações e já conquistou as graças de críticos e sindicatos de Hollywood. DAY-LEWIS VS CLOONEY Favorito a melhor ator, Daniel Day-Lewis domina a tela em "Ouro Negro" como um extrator de petróleo sádico na virada do século 20. O filme recebeu outras oito indicações. Seu rival na disputa, George Clooney merece respeito no papel de um "consertador de problemas" em uma firma de advocacia de Nova York no filme "Conduta de Risco." "Desejo e Reparação" relata um romance intenso arruinado por uma mentira entre irmãs, e "Juno" descreve a vida de uma adolescente de 16 anos grávida que planeja dar o bebê para adoção, interpretação que rendeu a Ellen Page a indicação a melhor atriz. O otimista "Juno" é a maior bilheteria entre os indicados a melhor filme, com mais de 125 milhões de dólares nos EUA e no Canadá. "Onde os fracos..." alcançou 60 milhões de dólares e "Ouro Negro" mais de 30 milhões de dólares. "Desejo e Reparação" e "Michael Clayton" faturaram cerca de 46 milhões de dólares cada. O crítico de cinema da revista "Time", Richard Schickel, ressaltou que existe um descompasso crescente entre filmes que atraem público e indicados que agitam a crítica e grupos da indústria como a academia. Mesmo assim, no Spirit Awards, o equivalente ao Oscar do cinema independente realizado neste sábado, o prêmio de melhor filme foi para "Juno", do diretor Jason Reitman, que no final das contas traz uma mensagem de esperança no futuro. Ao lado de Page, estrela de "Juno", na corrida pelo Oscar estão a favorita Julie Christie, pelo drama sobre Alzheimer "Longe Dela", e a francesa Marion Cotillard pelo papel da atormentada cantora Edith Piaf em "Piaf -- Um Hino ao Amor." Entre as indicadas a melhor atriz coadjuvante estão Cate Blanchett por "Não Estou Lá", Tilda Swinton por "Michael Clayton" e a veterana Ruby Dee por "O Gângster." A disputa de melhor ator está equilibrada entre Day-Lewis eClooney.

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