Dr. Seuss chega ao Brasil com suas criaturinhas

Conhecido no mundo como um grande contador de histórias para crianças, seus 44 livros já venderam mais de 400 milhões de exemplares

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Por Agencia Estado
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As histórias contadas por ele não têm príncipes nem princesas, e sim criaturas peludas em cenários esquisitos. Mas Dr. Seuss é conhecido no mundo como um grande contador de histórias para crianças. Seus 44 livros já venderam mais de 400 milhões de exemplares e, enfim, os primeiros deles chegam ao Brasil. Este mês a Companhia das Letrinhas está lançando dois clássicos: The Cat in the Hat, traduzido por O Gatola da Cartola, e How the Grinch Stole Christimas, ou Como Grinch Roubou o Natal. Demorou muito para sair uma versão brasileira, provavelmente pela dificuldade em se traduzir as rimas e os versos presentes em todas as histórias. Uma das marcas de Dr. Seuss - ou Theodor Geisel, autor americano que morreu em 1991 -, era escrever com poucas e conhecidas palavras. Isso começou em 1957, quando um editor fez uma lista de palavras bem comuns no vocabulário de crianças pequenas e pediu a Geisel que contasse uma história com elas. Foi o impulso para a criação de The Cat in the Hat, escrito com somente 220 palavras. Primeiro e explosivo sucesso de Dr. Seuss, esta publicação tornou-se também um marco na história da literatura infantil americana. Esta idéia pioneira originou a coleção Beginner Books da editora Random House. Milhões de pessoas já aprenderam a ler reconhecendo versos nas letras dos livros que destacam a frase "I can read it all by myself!", algo como "Eu consigo ler sozinho!". Nos Estados Unidos, quando alguém fala difícil, diz-se que usou muitas "palavras grandes". Em The Cat in the Hat e em todos os outros livros de Dr. Seuss, as palavras são quase predominantemente monossílabos. E quem teve o trabalho de traduzi-las no Brasil, com rima e ritmo, foi Mônica Rodrigues da Costa, Lavínia Fávero e Gisela Moreau. Trabalho duro. A versão brasileira sofre um pouco porque o estoque de palavras curtas na língua portuguesa é bem menor do que o arsenal inglês de termos com poucas letras, facilmente memorizáveis pelos pequenos leitores. Dr. Seuss também combina brilhantemente desenhos bizarros com idéias pouco óbvias e bem-humoradas. "Ovos verdes e presunto", por exemplo, pode não remeter a nada quando em português, mas a mesma frase em inglês faz diversas gerações dos Estados Unidos lembrarem-se de versos presentes durante toda a infância. "I am Sam / Sam-I-am / That Sam-I-am / That Sam-I-am / I do not like that Sam-I-am" é o começo da conhecidíssima história de Green Eggs and Ham, best-seller que surgiu a partir de um desafio: escrever uma história com apenas 50 palavras. Compensando o atraso, Dr Seuss chega ao Brasil também em filme. Este mês estréia aqui The Grinch, primeira filmagem de uma história sua. "Simplesmente nenhum Natal era Natal sem meus pais lendo a história para mim", disse Jim Carrey, o Grinch do filme, referindo-se à história de How the Grinch Stole Christimas.

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