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DOCUMENTO ARTÍSTICO

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Por Redação
Atualização:

Enquanto o edifício e o Anexo Original da nova sede do MAC-USP passavam por reformas para abrigar a instituição, o fotógrafo Mauro Restiffe foi convidado a registrar esse momento e transformá-lo em trabalho artístico. "São imagens entre o monumento e a ruína", define o diretor do museu, Tadeu Chiarelli. Sua mostra, Obra, reúne agora 12 imagens em preto e branco, todas no mesmo formato, na mesma dimensão, expostas de uma forma minimalista e em sequência no mezanino do Anexo."Fiz muitas fotografias, mas chegamos a esse grupo que reúne mais das primeiras imagens que fotografei", conta Mauro Restiffe. Ele realizou seu trabalho por cerca de seis meses, em 2010. Com o adiamento da inauguração do Anexo, voltou também ao local em 2011. Interessou a Restiffe, como ele diz, "a estrutura da arquitetura, o osso, o esqueletão, o que, de certa forma, remete também à construção do prédio". Outra etapa importante foi a de " desnudamento" do edifício com a retirada dos elementos que foram incorporados ao local quando nele funcionava o Detran (Departamento Estadual de Trânsito). "São imagens do que não temos mais acesso", completa o artista.Mas o mais interessante de seu trabalho fotográfico é ficar entre o documental e o artístico, criando uma "ambiguidade". Uma "atemporalidade" das imagens é a mesma que Restiffe conseguiu promover em uma de suas mais importantes séries, de 2003, sobre Brasília - feita na posse do presidente Lula, em que suas obras parecem de outra época. Inevitavelmente ainda, conta o artista, as fotografias históricas da construção da Capital Federal, inaugurada em 1960, lhe vieram à cabeça quando realizou esse trabalho para o MAC-USP."No processo de documentação, optei em vários casos por mostrar a cidade. Fiquei pontuando os interiores da obra e visões da cidade a partir deste prédio, desta ruína, deste canteiro de obras", afirma Mauro Restiffe. Como diz Tadeu Chiarelli, a "nova luta" do museu vai ser adquirir essa série fotográfica para o acervo da instituição. "As fotografias estão sendo inscritas em um projeto para que se busque patrocínio para comprá-las", conta o diretor. A produção das exposições que se abrem agora no Anexo Original foram feitas através de incentivo via Lei Rouanet, com orçamento em torno de R$ 300 mil. / C.M.

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