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Documentário relembra cantoras da Rádio Nacional

Por AE
Atualização:

Elas se lembram com saudade, não propriamente nostalgia, dos áureos tempos da Rádio Nacional. ?Apesar do glamour, éramos funcionárias da rádio, que era uma autarquia. Tínhamos de bater ponto e seguíamos a escalação dos programas, como uma ordem do dia. Mas, na hora de cantar, íamos de gala, tínhamos roupas maravilhosas, não era como hoje, quando os artistas fazem show de roupa rasgada e vira moda.? Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas e a caçula do grupo Ellen de Lima. Há mais de 20 anos Carmélia e Ellen voltaram à estrada, fazendo shows. A partir de 1988, As Eternas Cantoras do Rádio virou um hit no palco e em CD. Carminha integrou-se ao grupo há oito anos, substituindo Nora Ney. As três estão no documentário Cantoras do Rádio, de Gil Barone e Marcos Avellar, que estreou ontem. Há uma quarta cantora no filme, mas Violeta Cavalcanti, vítima de Alzheimer, já não canta mais.Cada uma representa um estilo. Carmélia, o baião; Carminha, com sua voz de contralto, a fossa; e Ellen, com sua habilidade de soprano, não se fixa em um estilo nem gênero, mas tem liberdade para cantar todos os clássicos. Violeta, ausente neste encontro que se realiza na quarta-feira, tinha - tem - o samba no corpo, e na voz. Uma carioca (Carmélia), outra mineira (Carminha), a terceira, baiana (Ellen). São a própria brasilidade. Todas reinaram na Rádio Nacional. Havia o time das divinas; um intermediário, no qual estavam; e o terceiro time, de cantoras que iam para a Nacional. A rádio ficava na lendária Praça Mauá, no Centro do Rio. O documentário é uma apaixonada declaração de amor às eternas cantoras do rádio. Onde vão, há um numeroso público de terceira idade, mas existem também os jovens, que cantam com elas e as reverenciam. É por isso que, quando falam da Rádio Nacional, sentem saudade, mas não tristeza. Carminha ganhou o troféu de prata cantando Lupicínio Rodrigues. Havia um belo dueto sobre o compositor em Cantoras do Rádio com Carminha e Ellen cantando o rei da dor de cotovelo. Mas como os direitos são caros e o número, como muitos outros, foi cortado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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